É só o portão da Febratex abrir para milhares de pessoas tomarem conta do Parque Vila Germânica. De dentro dos pavilhões é possível ouvir os mais diferentes sons, sejam de máquinas mostrando o seu trabalho, murmurinhos de negociações, até as mais escandalosas reações de estudantes, com seus uniformes de colégio, perplexas com as novidades. Mas quando você para, respira, e olha em volta, tem mais uma coisa que chama a atenção: os sotaques.
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Em um ambiente que recebe empresas de mais de 30 países, é inevitável presenciar o encontro de culturas e também de vozes distintas. Os chineses, ávidos por novos negócios para alimentar ainda mais o seu socialismo de mercado, ocupam ao lado de outros colegas asiáticos quase que integralmente um dos pavilhões. Nascido na ilha de Taiwan, território de relações diplomáticas instáveis com a China, Xuen Xin Lee, ou Henrique, como gosta de ser chamado, é diretor da Golden Wheel, empresa que fabrica máquinas de alto padrão. Com a voz calma, sorriso peculiar e resquícios de um bigode, ele diz que o momento é de estar à mostra para buscar novos parceiros.
– Estou no Brasil há 25 anos e essa é a quinta vez já que venho para a Febratex. É a hora que a gente aproveita não só para fechar negócios, mas também para colocar a marca em evidência – conta Xuen Xin, Henrique, enfim.
Não muito distante, logo na entrada do setor 3, estão as empresas Metsa e Yamuna, firmas com funções distintas na área têxtil. Sentado à mesa, Prashant Mangukia, um dos mais de 1,2 bilhão de habitantes da Índia, é um homem de poucas palavras (mesmo). Talvez até pelo inglês arrastado que se mistura com o sotaque declarado indiano em meio ao fervo que se forma nos horários de pico.
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– Apresentamos às pessoas soluções em tingimento e secagem de tecidos – explica Caio Ramos, representante brasileiro e intermediador de Mangukia, como se tentasse nos convencer a comprar um de seus equipamentos.
Tons diferentes
dentro do Brasil
Nem só de pão vive o homem e nem só de estrangeiros vive a Febratex. Entre os expositores (muitos deles blumenauenses, inclusive) estão marcas das mais diferentes regiões do Brasil. Alex Sanchez, por exemplo, é de Birigui (SP) – terra onde nasceu o vôlei na piscina, ou, biribol, para os íntimos. O tom pesa para o interiorano, puxa um pouco o “r”. Inevitável. Gerente da Fiveltec, empresa que fabrica acessórios em metais e plásticos, ele tenta abrir mais portas no Vale do Itajaí.
– É a quarta vez que venho para a feira e sempre surgem algumas coisas boas. O nosso objetivo é fazer novos clientes aqui da região, muito embora a gente não deixe de fazer bons negócios com outras partes do país – destaca Sanchez.
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Com a expectativa de receber 95 mil pessoas, a 15ª edição da Febratex chega hoje ao fim. Os portões da Vila Germânica abrem às 14h e fecham às 21h. Para quem não fez o credenciamento o valor do ingresso é R$ 20.