Em São José pode estar sendo encaminhada uma eleição plebiscitária, em um cenário de todos contra Djalma Berger (PMDB). O atual prefeito trocou o modesto PSB pelo poderoso PMDB, mas possivelmente terá como adversários o PSDB, PSD, PP e o DEM. Mesmo com estas siglas apresentando pré-candidaturas, não está descartada a formação de um frentão para tentar tirar Djalma da Prefeitura.
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Após perder o controle do PSB no Estado, Djalma Berger buscou abrigo no PMDB, partido do seu irmão Dário Berger, prefeito de Florianópolis. A mudança de partido foi articulada diretamente pelo presidente estadual da sigla, Eduardo Pinho Moreira, mas não foi bem assimilada pelo diretório municipal. O então presidente do PMDB de São José, Neri do Amaral, se manifestou contra a filiação, afirmando que o partido já tinha pré-candidatos na cidade e que não aceitaria ninguém “caído de paraquedas”.
O diretório municipal acabou dissolvido e hoje o prefeito comanda a comissão provisória. Mas mesmo com apoio do maior partido do estado, a situação do prefeito é delicada, já que há dúvidas de que consiga a identificação com a militância. Por outro lado, Djalma hoje conta com o apoio do PDT e do PT, que faz parte da atual administração. Ciro Vandresen, terceiro colocado na disputa em 2008 e uma das principais lideranças petistas locais, é hoje secretário municipal de Educação. Dentro do PT uma ala sinaliza para uma composição com o PMDB, mas também há outra ala, encabeçada pelo vereador Antônio Battisti que se opõe ao apoio a Djalma.
O PSD tem como pré-candidata Adeliana Dal Pont, que disputou a última eleição pelo PMDB e ficou em segundo lugar. Adeliana era tida como o nome do PMDB para disputar novamente a Prefeitura, mas com a chegada de Djalma, acabou migrando para o recém-fundado PSD. Os tucanos têm hoje três pré-candidatos: o vice-prefeito Telmo Vieira e os ex-deputados José Natal Pereira e Gervásio Silva. Por enquanto o partido trabalha com a perspectiva de chapa própria, mas não descarta a formação de alianças e vem conversando com outros partidos, como PSD, PP e DEM.
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Pelo DEM, o pré-candidato é o empresário Márcio Marcondes, que vem trabalhando na reestruturação do partido no município e na montagem de uma nominata para a Câmara de Vereadores. A cúpula estadual considera Marcondes um nome novo, que nunca disputou eleição, mas com grande potencial para surpreender. Já dentro do PP um nome é o do presidente municipal da sigla, Osni Meurer, que vem conduzindo conversas com outros partidos no sentido de construir uma coligação forte para disputar a Prefeitura.
Ponto de honra
A eleição de Djalma Berger é ponto de honra para o PMDB de Santa Catarina. É que o maior partido do estado nunca elegeu o prefeito do município vizinho da Capital. Além de significar comandar a cidade pela primeira vez, vencer a eleição também pode garantir ao PMDB o quarto maior colégio eleitoral do Estado.
De volta ao ninho
Antes filiado ao PDT, Telmo Vieira assinou ficha no PSDB no ano passado, dez anos depois de ter deixado o ninho tucano. Atual vice-prefeito, se desentendeu com Djalma Berger desde o início do mandato e sempre reclamou da falta de autonomia na Prefeitura. Por enquanto, ele é pré-candidato, junto com os ex-deputados José Natal Pereira e Gervásio Silva.
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Chapa Feminina
Para disputar uma eleição uma coligação forte é fundamental. Ainda sim, chegou a circular a possibilidade do PSD lançar uma chapa pura e feminina, com Adeliana Dal Pont e Rose Berger. Neste caso, a disputa teria um caráter familiar, já que Rose foi cunhada do prefeito.
A série de reportagens
No ano em que os eleitores voltarão às urnas para decidir os futuros prefeitos, os partidos começam a se articular para lançar candidatos que caiam no gosto das comunidades e agradem as alianças formadas para alavancar as candidaturas.
O Diário Catarinense lança uma série, de domingo a quarta-feira, sobre os atuais cenários políticos nos 20 maiores colégios eleitorais do Estado.
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A ideia é dar um panorama dos possíveis arranjos que influenciarão as campanhas em 2012.