A polícia divulgou o retrato falado do suspeito de ser o motorista do Fiesta usado pelos criminosos que mataram a agente penitenciária Deise Fernanda Melo Pereira Alves, na noite de sexta-feira, em São José. A imagem elaborada pelo Instituto Geral de Perícia (IGP) está baseada no depoimento de uma testemunha.
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Em termos de semelhança, a imagem recebeu nota 7 (de 1 a 10).

O delegado Robson Giovanni da Silva, da 3ª Delegacia de São José, não quis confirmar se quem atirou na agente, que era casada com o diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara, Carlos Antônio Alves, é o homem que na noite de sexta-feira procurou a emergência do Hospital Regional de São José em busca de socorro.
– Existe grande probabilidade, pois ele teria saído do local do crime mancando. Além disso, não teve um bom álibi ao não precisar o local e as circunstâncias em que teria sido alvejado.
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O delegado explicou que procurou a Deic, agora responsável pela investigação, por entender que era um crime que exige um grande e detalhado trabalho de apuração para ser esclarecido.
Ordem da morte pode ter partido da cadeia
O Estado pode não admitir, mas em 2011 juízes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que realizaram Mutirão Carcerário em Santa Catarina encontraram provas de que o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) estava presente em celas da Penitenciária Estadual de São Pedro de Alcântara.
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A sigla foi localizada em várias delas. Na época, o então diretor do Departamento de Administração Prisional, Adércio Velter, respondeu que a criação do grupo seria recente. Velter reconheceu, inclusive, a tentativa de aproximação com organizações criminosas maiores, como o Comando Vermelho (RJ) e o Primeiro Comando da Capital (SP).
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Na mesma ocasião, o diretor da Penitenciária Estadual de São Pedro de Alcântara, Carlos Antônio Alves, contou que o PGC seria responsável pelas oito mortes violentas ocorridas no local, desde o início do ano.
Nesta terça-feira, o diretor que teve a mulher assassinada na noite de sexta-feira, acompanhava a apresentação de três suspeitos na Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic). O envolvimento deles na morte da agente penitenciária Deise Fernanda Melo Pereira Alves será revelado nesta quarta.
O coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do CNJ (DMF/CNJ), juiz Luciano Losekann, declarou que as mortes seriam uma tentativa de derrubar a atual direção do presídio.
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– Eles diziam que haveria uma morte por dia até que o diretor saísse – afirmou o juiz na época.