A advogada Viviane Kawamoto detalhou as agressões que teria sofrido em julho deste ano em Itapema, no Litoral catarinense. O suspeito é o ex-marido dela, o vice-governador do Mato Grosso, Otaviano Pivetta. O político foi indiciado por lesão corporal leve pela Polícia Civil de Santa Catarina. O caso tramita em segredo de justiça.
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O casal se divorciou e na última semana Viviane conseguiu uma medida protetiva contra Pivetta. Ele não pode se aproximar dela ou tentar manter qualquer tipo de contato.
Em entrevista ao Fantástico na noite de domingo (22), Kawamoto disse que foi ao apartamento de Pivetta em Itapema buscar pertences pessoais. O casal discutiu ao longo do dia e a agressão teria acontecido a noite.
– No final do dia, eu fui para o quarto de hóspedes e como a porta não tem chave, coloquei uma cômoda para trancar. Tomei um indutor de sono e ele bateu na porta – contou a advogada.
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Na versão de Kawamoto, após Pivetta ir até o quarto, o casal rezou junto na sala do apartamento. A agressão teria começado cerca de dez minutos depois da oração. Viviane conta que estava sentada no sofá quando Pivetta foi para cima dela.
– Eu dei um empurrão com o pé e corri para o quarto. Ele veio atrás de mim e no momento que eu comecei a gritar ele colocou a mão para tapar a minha boca. Na oportunidade que tive eu mordi a mão dele para me desvencilhar – disse ao Fantástico.
Pivetta, que também deu entrevista, negou a agressão e disse que agiu para se defender. Ele mostrou fotos da mão ensanguentada após a mordida dada por Viviane
– Em nenhum momento eu a agredi. Ela avançou em mim e eu me defendi. Sangrei muito e me defendi dela, me libertei dela – falou.
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Prisão em Itapema
A Polícia Militar foi acionada pela advogada por meio do 190. Na ligação, ela diz que saiu escondida de casa para acionar o socorro e que para se defender das agressões, apertou o testículo do marido.
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Os dois foram conduzidos para a delegacia de Itapema. No caminho, no entanto, Viviane teria mudado a versão e dito não ter sido vítima de violência. Já ao delegado, ela voltou a confirmar a agressão.
Um exame de corpo de delito foi feito pelo Corpo de Bombeiros apontou escoriações e hematomas na cabeça, nos braços e dedos, nos lábios e nas coxas de Viviane. O laudo também comprovou lesões em Pivetta.
Ele foi preso em flagrante e indiciado pela agressão. O vice-governador acabou solto horas depois após pagar fiança de R$ 6 mil.
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O caso foi encaminhado ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). O órgão solicitou declinação de competência para o Tribunal de Justiça (TJ). O motivo é que Pivetta tem foro privilegiado pelo cargo que ocupa. O processo está em sigilo.
Advogada consegue medida protetiva
Na semana passada, Viviane conseguiu medida protetiva contra o Pivetta. A defesa dela usou como base para o pedido a prisão em flagrante pela agressão, um boletim de ocorrência de ameaça registrado por ela contra o político e uma escritura pública de declaração.
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Segundo Viviane, ela foi obrigada mentir sobre ter bebido vinho e tomado remédio no noite do crime. O texto diz que a combinação dos dois causou distúrbios psiquiátricos e que ela teria inventado as agressões. Ela também diz ter sido vítima de violência psicológica.
A defesa do vice-governador diz que nunca houve violência física ou psicológica e que vai tomar medidas contra o que classificou de “falsas acusações”.
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