Ao final da apuração das urnas na noite de ontem, os italianos mantinham a incerteza sobre a governabilidade do país.

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O resultado das eleições realizadas nos últimos dois dias, que mostraram a centro-esquerda dominando a Câmara e ganhando por pequena margem o Senado, provocou pedidos de uma nova eleição.

Os resultados finais trazem a coalizão de centro-esquerda liderada por Pier Luigi Bersani com 120 das das 315 cadeiras do Senado, contra 115 de Silvio Berlusconi, de acordo com o jornal italiano La Repubblica. Na Câmara, Bersani conquistou 29,5% dos votos enquanto Berlusconi, 29,1% – e, embora a diferença seja mínima, a legislação garante maioria de 54% ao que obtiver a maior parte dos votos.

Como as duas Casas têm idênticos poderes, para formar governo é indispensável que uma mesma coligação seja majoritária em ambas. Com a confirmação do resultado, nenhuma coalizão de governo parece provável.O quadro se agrava em um país sob ameaça de profunda recessão e que enfrenta crescente desemprego e déficit público.

Conservadores pedem novas eleições gerais

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A coalizão de centro-direita representada por Berlusconi pediu ao Ministério do Interior que não declare um ganhador nas eleições gerais, em virtude do placar apertado com a centro-esquerda, tanto em porcentagem como em número de votos.

Certeza mesmo antes da apuração era o bom desempenho do ex-comediante Beppe Grillo e o fracasso do primeiro-ministro, Mario Monti. Beppe, do Movimento Cinco Estrelas, conquistou 25,5% dos votos na Câmara. Monti, que anunciou a renúncia em dezembro convocando a eleição, ficou com 10% dos votos, em quarto lugar, como efeito de seguir o receituário de austeridade.

Berlusconi deixou o poder vaiado em novembro de 2011 com uma Itália à beira da asfixia financeira, fez um retorno espetacular prometendo baixar os impostos e ainda suspender um imposto sobre a propriedade recuperado pelo Governo Monti. Ele ainda propunha salário mínimo de mil euros e um referendo sobre a moeda do bloco europeu.

O comparecimento dos eleitores ficou abaixo dos 75%, o menor já registrado em eleições nacionais desde a II Guerra Mundial.No pleito passado, realizado em abril de 2008, o comparecimento ficou em 80,5%.

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