A dois dias da cerimônia de posse dos deputados estaduais de Santa Catarina, a Assembleia Legislativa (Alesc) ainda transmite uma sensação de recesso. Pouco movimento no saguão, plenário vazio, gabinetes com portas fechadas e poucos engravatados caminhando pelos corredores. O começo de um novo mandato é um período de mudanças e, para metade dos eleitos, muitos exercendo o primeiro mandato, isso será levado ao pé da letra.
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Alguns indícios de que a Casa está se preparando para o novo ciclo são vistos na Assembleia. Nos elevadores a listagem que orientava a localização dos gabinetes foi retirada. Nos bastidores, ao longo dessa semana alguns deputados se organizam para antecipar o que podem. A expectativa é ajeitar os novos aposentos o quanto antes. No primeiro andar, em frente ao gabinete 111, que ainda leva o nome de Jean Kuhlmann (PSD) _ que não se reelegeu _ se amontoam escrivaninhas e um tapete. A movimentação indica que a mobília seria levada para o depósito da assembleia.
A reportagem circulou pela Alesc na terça-feira à tarde e no térreo se falava que o Nilson Berlanda (PR) seria o novo inquilino do 111. A assessoria do parlamentar confirma. Será como se Berlanda estivesse em casa. O parlamentar já ocupou esse mesmo gabinete durante o período em que foi suplente de Kuhlmann _ e também trabalhou nas salas de Narcizo Parisotto (PSC) e de Luiz Fernando, o Vampiro (MDB). Os móveis já estão no lugar, pronto para começar os trabalhos.
Quem também tenta se apressar são os deputados eleitos pelo PSL. Nos últimos dias foi grande o número de ligações dos parlamentares do partido do presidente Jair Bolsonaro e do governador Carlos Moisés da Silva em busca informações sobre as acomodações nas assessoria da Alesc. Ricardo Alba (PSL), deputado mais votado no Estado, pretende desencaixotar alguns pertences ainda nesta semana:
— Não me lembro o número, mas será no térreo, onde era o gabinete do Gabriel Ribeiro (PSD).
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Apesar da pressa dos novatos, oficialmente, a divisão dos gabinetes ainda deve demorar pelo menos mais dois dias. A espera se dá porque a Casa aguarda, além da posse dos eleitos e reeleitos que simboliza o fim do mandato atual, a eleição da mesa, que define o presidente e o vice. Como esses deputados não ficam lotados em salas comuns, é preciso aguardar para saber quem irá para os gabinetes destinados à presidências. Logo, distribuição completa será definida só depois de sexta-feira, data do início do mandato da legislatura eleita em 2018.