Na imensidão de 247 nomes que foram registrados como candidatos a deputado federal por Santa Catarina, existe uma eleição dentro da eleição. É disputa interna, especialmente nos maiores partidos, pelos recursos que vão viabilizar a conquista de uma das 16 cadeiras catarinenses na Câmara dos Deputados.
Continua depois da publicidade
Até a eleição passada, a maior parte dessa corrida pelo dinheiro ficava por conta dos candidatos e a busca por patrocínio privado. A proibição das doações empresariais mudou esse cenário e o peso das doações do próprio partido foi elevado ao máximo com a criação do polêmico fundo eleitoral de R$ 1,7 bilhão. Por isso, este ano é possível seguir o dinheiro e ver quem são os candidatos preferidos dos próprios partidos políticos.
O MDB, por exemplo, maior beneficiado pelos fundos partidário e eleitoral, criou regras internas para privilegiar quem já está em Brasília. Por isso, dos 17 candidatos lançados este ano pelo partido no Estado, apenas cinco foram contemplados – generosamente – pelo dinheiro do partido. São justamente os atuais deputados federais: Celso Maldaner, Rogério Peninha, Ronaldo Benedet e Valdir Colatto, além do suplente Edinho Bez. Eles receberam R$ 1,3 milhão para tentar continuar em Brasília. Aos demais, nada.
O PP criou regras semelhantes, até mais detalhadas. Um deputado que não concorre à reeleição, por exemplo, pode indicar um substituto. É o caso de Angela Amin, que assume o posto de Esperidião Amin, candidato ao Senado, e terá R$ 1,5 milhão para a campanha. Ex-parlamentares também são privilegiados: Hugo Biehl e Leodegar Tiscoski receberam R$ 822 mil cada. Dos outros cinco pepistas que disputam a Câmara, foi beneficiado apenas Nilson Stainsack, ex-prefeito de Presidente Getúlio, que recebeu R$ 200 mil.
A maior concentração de renda, por assim dizer, ficou com o PSDB. Dos 17 tucanos que tentam cadeiras na Câmara, apenas dois foram contemplados pelos partidos – justamente os atuais deputados Geovânia de Sá e Marco Tebaldi. Foram destinados R$ 1 milhão para ela, R$ 500 mil para ele.
Continua depois da publicidade
O PT nacional mandou dinheiro para cinco dos 11 candidatos a deputado federal. A maior cota ficou com Pedro Uczai, candidato à reeleição, que recebeu R$ 450 mil. Logo depois estão a novata Elenira Vilela (R$ 218 mil), o ex-deputado federal Claudio Vignatti e o deputado estadual Dirceu Dresch (ambos com R$ 217,5 mil). A lista encerra com a também novata Joice Krieger, que recebeu R$ 40,7 mil.
No PSD, as regras para distribuição dos recursos do fundo eleitoral são diferentes. Por critérios internos, foi definido quanto cada diretório estadual receberia – ficando a distribuição desses recursos de responsabilidade local. Por enquanto, a maior parte dos R$ 7 milhões repassados ao PSD-SC ficaram com as campanhas majoritárias e apenas quatro dos 10 candidatos a deputado federal tiveram direito a uma pequena parte. Pequena mesmo: são R$ 200 mil para as candidaturas de Cesar Junior, Darci de Matos, João Rodrigues e Ricardo Guidi. Os pessedistas se movimentam para melhorar essa distribuição – até porque o PSD nacional, leia-se Gilberto Kassab, segurou mais da metade do fundo eleitoral para distribuir mais à frente.
Leia também:
Mariani e Merisio lideram início da arrecadação eleitoral dos candidatos a governador
Eleições terão mais candidatos a deputado estadual e federal
Está aberta a janela para renovação dos deputados federais de SC