A menos de 48 horas da votação que vai eleger o novo presidente da Câmara dos Deputados, a bancada catarinense está divida entre os cinco candidatos que disputam o cargo. Até agora, o nome de Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente, é o que impera entre quatro dos seis deputados que abriram suas preferências _ um cenário bem diferente do apurado no início de janeiro, quando apenas um parlamentar já tinha o voto definido. Outros sete deputados garantem que ainda não definiram seus votos ou preferiram manter a escolha em segredo. Ao todo, o DC ouviu, entre segunda-feira e terça-feira, 13 dos 16 políticos catarinenses em exercício na Câmara.
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Desde segunda-feira, os relatos são de agenda cheia em Brasília. Alguns garantem que só decidirão seus candidatos às véspera da votação. É o caso do deputado e presidente estadual do PP, Esperidião Amin. Na tarde desta terça-feira, Amin disse que só se sentirá à vontade para tomar uma decisão após uma reunião do partido, prevista para quarta-feira à tarde. Nesse encontro, o parlamentar antecipa que três pontos principais serão debatidos, entre eles a posição do PP com relação a eleição.
— Isso não quer dizer que eu concorde com o que o partido irá definir — esclarece ao ser questionado se deve votar individualmente ou se o partido fechará questão.
A situação se repete com Décio Lima (PT). Ele mantém a indefinição desde o início de janeiro e garante que ainda não sabe se seguirá a indicação partidária ou votará por conta. Segunda-feira ele que reuniões nos próximos dias definirão os rumos da votação não só para o cargo máximo, mas também para os demais postos da mesa diretora.
— O debate dentro do partido é para garantir o espaço regimentalmente que a bancada tem na mesa da Câmara com relação à proporcionalidade — explicou.
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O correligionário Pedro Uczai já decidiu que seguirá o voto da bancada, que defenderia o nome de André Figueiredo (PDT-CE) para a presidência.
Confira a posição de cada um dos deputados catarinenses
Carmen Zanotto (PPS)
Ouvida na segunda-feira, a vice-líder do PPS no Congresso Nacional afirma que ainda não tem um nome definido, mas que o partido se reúne entre terça-feira e quarta-feira para debater o assunto.
— Será uma decisão de bancada, certamente definiremos na quarta — diz.
Em entrevista no começo do mês, Carmen já tinha adiantado que só iria se posicionar após debates junto da bancada. A previsão era de que até o fim de janeiro os nomes defendidos pelo partido estariam consolidados.
Celso Maldaner (PMDB)
Diferente do começo do mês quando ainda não sabia em quem votar, o deputado afirmou nesta terça-feira que votará em Rodrigo Maia (DEM-RJ). O parlamentar disse ainda sentir que a maioria (dos deputados do PMDB) também votarão no atual presidente da Casa para o cargo. Maldaner ainda justificou sua escolha ao afirmar que “o governo está satisfeito” com Maia e pontuou que, caso seja definido um bloco para a votação, Maia também deve ser o escolhido.
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— Nosso impasse é o candidato para vice. Tivemos um empate e se for por idade é um e se for por mais tempo de mandato é outro, enfim, veremos — disse.
Geovania de Sá (PSDB)
Por meio da assessoria de impressa, a deputada afirmou que ainda não tem voto definido para a eleição que definirá o novo presidente da Câmara. Quando foi ouvida pela reportagem no dia 9 de janeiro, Geovania explicou que, apesar de alguns nomes já estarem em articulação, ainda não havia uma decisão fechada da bancada do PSDB.
Rogério Peninha Mendonça (PMDB)
Sem hesitar, o deputado garante que votará em Jovair Arantes (PTB-GO). Na justificativa, disse que há tempos mantém uma relação de amizade com o parlamentar e que, quando Arantes abriu que seria candidato à presidência da Câmara, Peninha deu sua palavra e garantiu o voto.
— Gosto muito dele. Acho que ele tem boas propostas para a Câmara, como a mudança do regimento da Casa, e para o Brasil — completou ao ressaltar que o partido estaria entre votar em Maia e Arantes, dois candidatos da base governista.
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Quando conversou com a reportagem no começo de janeiro, Peninha foi o único deputado a declarar seu voto e, na época, já apoiava Arantes, independente da decisão por parte da bancada.
Décio Lima (PT)
Desde o último contato da reportagem com o deputado petista, no dia 9 de janeiro, pouco mudou. Décio Lima ainda não sabe em quem votará, se seguirá a indicação partidária ou se votará por conta. Na época, o deputado disse que, provavelmente, se juntaria aos colegas de partido para escolher a chapa que o PT apoiaria.
No entanto, Décio afirma que reuniões promovidas até a data da votação devem definir o rumo da votação não só para a presidência, mas também para os demais cargos da mesa diretora.
— O debate dentro do partido é para garantir o espaço regimentalmente que a bancada tem na mesa da Câmara com relação à proporcionalidade — explicou.
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Valdir Colatto (PMDB)
Ainda não tem definido o voto para a presidência, mas antecipa que a bancada partidária deve alinhar o andamento da votação. O deputado ainda afirma que, destes encontros, promovidos entre segunda e terça-feira, deverá ser discutido o lançamento de seu nome para disputar a vice-presidência:
— Estou disputando a vice e vamos colocar isso em votação dentro da bancada, se passar, irei disputar.
Questionado sobre a expectativa de aprovação da bancada, Collato diz apenas que irá lutar para que isso aconteça. Procurado pela reportagem para antecipar o assunto no início de janeiro, Valdir disse que ainda tinha se envolvido nos bastidores da eleição.
Esperidião Amin (PP)
O deputado afirma que ainda não tem voto definido e que só vai se sentir à vontade para tomar uma decisão após uma reunião do partido, prevista para quarta-feira à tarde. Neste encontro, Amin antecipa que três pontos principais serão debatidos, entre eles a posição do partido com relação a própria eleição, na mesa e nas comissões em que a legenda tiver direito.
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— Isso não quer dizer que eu concorde com o que o partido irá definir — esclarece ao ser questionado se deve votar individualmente ou se seguirá a bancada.
No dia 9 de janeiro, quando também foi entrevistado sobre o assunto, o presidente estadual do PP admitiu ter dúvidas sobre a candidatura de Maia.
Pedro Uczai (PT)
Em reunião para discutir o assunto no fim da tarde de terça-feira, o deputado revela que votará junto com a bancada, que defende o parlamentar André Figueiredo (PDT-CE) para a presidência.
Uczai ainda ressalta que, até a data da votação, quinta-feira, a bancada deve buscar forças internas que seguem na mesma direção, buscando parceiras com outros partidos como PCdoB, PDT, Rede e Sol. O parlamentar não foi ouvido na entrevista feita no começo de janeiro.
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Mauro Mariani (PMDB)
Em conversa na segunda-feira à tarde, Mariani afirmou que estava justamente embarcando para Brasília para uma reunião que iria tratar sobre os encaminhamentos da votação da bancada. Questionado se deve votar junto com a bancada ou individual, o deputado garantiu que seguirá a decisão partidária.
— A maioria vai de Rodrigo Maia — adiantou.
O parlamentar não chegou a ser ouvido nas entrevistas feitas no dia 9 de janeiro.
João Paulo Kleinübing (PSD)
Ainda sem saber se votará junto com a bancada ou individualmente, Kleinübing explica que nesta quarta-feira participará de um reunião, prevista para começar ao meio-dia, em Brasília, para discutir essa questão. O deputado comenta ainda que, caso Rogério Rosso (PSD-DF), que até esta terça-feira estava com a candidatura para a presidência da Câmara suspensa, voltasse à disputa, seu voto será no candidato do partido.
— Amanhã teremos uma definição — garante.
Kleinübing não foi localizado pela reportagem na matéria publicada no começo de janeiro.
João Rodrigues (PSD)
Rodrigues afirma que uma reunião partidária deve bater o martelo sobre a decisão, mas que, até o momento, deve seguir a decisão anunciada semana passada de que o PSD apoiará a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ).
— Voto com o partido — garantiu ao falar com a reportagem na segunda-feira à tarde.
O deputado não foi localizado pela reportagem para comentar o assunto na matéria publicada no começo de janeiro.
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Jorge Boeira (PP)
O deputado afirma que não tem voto definido e que desconhece que o partido já esteja em consenso sobre um nome. Segundo o deputado, a indefinição se dá por conta do impasse jurídico que ronda a eleição.
— Nem se sabe se haverá eleição mesmo ou não, no sentido que o Maia não pode concorrer. Se ele seguir e foi eleito, acredito que deva existir uma liminar que impeça ele de assumir — justifica ao ressaltar que até o momento não se sente à vontade para votar em nenhum dos nomes que disputam o cargo.
Boeira não foi ouvido na reportagem publicada no começo do mês.
Ronaldo Benedet (PMDB)
Em meio a uma reunião em Brasília para tratar justamente sobre o assunto, o deputado afirmou, por telefone na tarde de terça-feira, que já tem seu voto definido em Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Casa.
Questionado se esta é a posição individual ou de bancada, o parlamentar afirmou que fala por ele e não soube precisar qual o encaminhamento que será tomado pelo partido. Benedet também não foi localizado pela reportagem no começo do mês.
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* Os deputados Edinho Bez (PMDB) e Marco Tebaldi (PSDB) estavam em reuniões e, por isso, não conseguiram conversar sobre o assunto. Já o parlamentar Jorginho Mello (PR) não foi localizado nem no celular, nem no gabinete.