– É reflexo da crise que a Busscar vem sofrendo. Priorizamos o pagamento de salários e matéria-prima para manter a empresa viva. Infelizmente, a parte tributária ficou para trás-, disse Claudio Nielson.

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Ele é presidente da fabricante de carrocerias e fez a declaração antes de entrar na sala de audiências da 2ª Vara Criminal de Joinville, na quinta-feira à tarde. Ele e a mãe, Rosita Nielson, que detém 95% das ações da Busscar, respondem a processo criminal contra a ordem tributária.

Após a crise de 2008, a Busscar passou a ter dificuldades em captar recursos para manter a produção. Tributos que deveriam ter sido pagos não foram honrados. O processo se refere ao Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não recolhido entre 2009 e 2010. Esta dívida é de R$ 6 milhões. O valor total dos débitos da Busscar é de R$ 1,2 bilhão.

– Os impostos não pagos foram declarados e informados ao Fisco. O problema é que a empresa não tinha dinheiro-, defendeu o contador José Kempner, em depoimento ao juiz responsável pelo caso, Gustavo Aracheski.

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Nove testemunhas responderam questões sobre as condições financeiras da empresa e de seus sócios, a pedido do advogado titular da ação, Luiz Guilherme Moreira Porto. A intenção é apresentar ao juiz e ao promotor Assis Kretzer provas de que não houve sonegação fiscal.

Outras testemunhas que não residem em Joinville serão ouvidas nos próximos dias por meio de carta precatória. Os juízes das comarcas onde moram estas pessoas farão o interrogatório com base nas perguntas de Aracheski.

Claudio e Rosita Nielson irão depor em 29 de junho. A decisão do processo também deverá ser divulgada no mesmo dia.

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