Alexandre Souza
(Foto: NSC Total)

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do IBGE revelou que as mulheres correspondem a apenas 20% do total de profissionais que atuam na área de Tecnologia da Informação (TI) no Brasil. Quando levamos o debate à questão étnica, temos 27.576 mulheres negras recebendo diplomas como engenheiras ou cientistas em 2010 – o que representa 10,7% dos diplomas concedidos a mulheres no Estados Unidos. Porém, elas representavam menos de 1% do total de mulheres empregadas nessas indústrias, segundo o levantamento feito pelo The Scientist Foundation.

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No Brasil, não há pesquisa semelhante.

Há uma ideia equivocada que as tecnologias são neutras no espectro político, mas a verdade é que elas estão carregadas com as visões políticas, econômicas e culturais de quem as cria – e esse poder está centrado nas mãos de poucas pessoas, a maioria com o mesmo fenótipo. Isso já cria uma grande desigualdade. Em um mundo cada vez mais conduzido pelo digital, precisamos prestar atenção na questão da inclusão.

O primeiro passo para trazer diversidade para dentro das empresas é repensar os anúncios de vagas. Na palestra Women In Tech Black, realizada no Festival Social Good, em setembro deste ano, foi abordado a necessidade de levar minorias a esses anúncios.

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A representatividade precisa estar não só internamente, mas externamente também. Como esperamos trazer pessoas plurais para ocupar nossas vagas, se nossos anúncios contemplam um único padrão de profissionais? É vendo pessoas parecidas com nós mesmos no setor da tecnologia e em postos de gerência, por exemplo, que acreditamos ser possível trabalhar na área. O poder do exemplo é fundamental quando falamos sobre esse assunto.

Diversidade e inclusão são uma via de mão única. Este ano, conversando com uma colega, entendi melhor que “a diversidade é você chamar alguém para uma festa, inclusão é você chamar essa pessoa para dançar”. Isso significa que é preciso acolher os colaboradores, das mais diferentes origens e vivências, e apoiar sua integração e desenvolvimento no ambiente de trabalho.

Precisamos inovar de fato, sem ter medo de errar, atualizar a cultura organizacional e não exigir que as pessoas plurais se restrinjam e se limitem dentro do ambiente de trabalho. A diversidade precisa fazer parte das rápidas mudanças tecnológicas pelas quais passa a economia global.

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