Após a comissão especial da Câmara dos Deputados, que trata da Reforma Política, aprovar mudanças nas regras eleitorais propostas pela PEC 77/03, a reportagem ouviu a opinião da bancada catarinense para entender como ela pretende se posicionar na votação final que ocorrerá em plenário.

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Até o início da tarde, DC conversou com 12 dos 16 representantes do Estado. Metade deles (6) pretende votar contrário ao sistema “distritão”, que prevê o voto majoritário para candidatos do Legislativo (deputados federais e estaduais e vereadores).

No modelo proposto, vencem os candidatos mais votados, sem levar em consideração os votos recebidos pelo partido. Se o “distritão” for aprovado nos plenários estadual e federal, a mudança pode valer para as próximas eleições.

Os deputados que pretendem votar contrário a proposta são: Décio Lima (PT), Jorge Boeira (PP), Jorginho Mello (PR), Marco Tebaldi (PSDB), Pedro Uczai (PT) e Carmen Zanotto (PPS).

Os deputados João Rodrigues (PP), Rogério Peninha Mendonça (PMDB) e Valdir Colatto (PMDB) são favoráveis ao “distritão”. Os parlamentares Celso Maldaner (PMDN), Espiridão Amin (PP) e Geovania de Sá (PSDB) não se manifestaram porque não têm uma posição definida.

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A reportagem não conseguiu contato com os deputados João Paulo Kleinübing (PSD), Ronaldo Benedet (PMDB), Cesar Souza (PSD) e Mauro Mariano (PMDB) até as 14h desta quinta-feira.

Confira a opinião dos deputados:

DÉCIO LIMA (PT): Contrário

— A partir dessa decisão, os partidos vão começar a formar as posições. Sobre o “distritão” o partido é literalmente contra. Ele visivelmente tira as prerrogativas fundamentais num processo democrático. É evidente que essas medidas (da reforma política) são uma tentativa de lapidar a democracia, mas ainda não foram testadas aqui no Brasil.

MARCO TEBALDI (PSDB): Contrário

— O PSDB é favorável ao (modelo) distrital misto, isso é histórico. A princípio, somos contra o “distritão”. Ele acaba com os partidos e com a formação de novas lideranças e é pouco usado no mundo. Se for “distritão” (nas eleições) de 2018 com transição para o “distrital misto”, há uma possibilidade de votar favorável.

PEDRO UCZAI (PT): Contrário

— É um abuso econômico, um desmonte da democracia e dos partidos políticos, dos programas e das ideias. É uma forma de estadualizar a campanha para quem tem muita estrutura e dinheiro. Desmonta programas, propostas e, em última instância, a democracia. Cada um seria o parlamentar de si mesmo. O “distritão” é para proteger os deputados que estão na Lava Jato.

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CARMEN ZANOTTO (PPS): Contrária

— É voto fechado do partido, nós somos contra. O PPS defende (o modelo) “distrital misto”, esta é uma posição antiga.

JORGE BOEIRA (PP): Contrário

— Não gera nenhuma possibilidade de renovação na Câmara e é um processo antidemocrático. Os partidos, com objetivo de eleger os seus, lançarão um número reduzido de candidatos. Existe uma elite partidária que está com dificuldade de se reeleger e está buscando uma forma de garantir a reeleição.

JORGINHO MELLO (PR): Contrário

— o “distritão” é caminhar de ré e nós precisamos modernizar. O sistema eleitoral proporcional tem que evoluir para um (modelo) distrital misto. A maior das reformas seria acabar com a coligação na eleição proporcional. Não pode mais fazer aquela junção de partidos, cada um deveria fazer a sua nominata. Isso reduziria o número de partidos.

JOÃO RODRIGUES (PSD/SC): Favorável

— Primeiro que será feita a vontade de eleitor. Eu acho que o “distritão” é uma evolução, porque até então houve um excesso de partidos criados às vésperas de eleição, muito para formar legenda. Do jeito que os partidos políticos estão contaminados no Brasil, você tem que destacar o homem pública que trabalha e visa a comunidade. Eu acredito que está é a posição de 90% do partido.

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ROGÉRIO PENINHA MENDONÇA (PMDB): Favorável

— Aquele que efetivamente fizer mais votos será eleito, é aquele que de fato foi escolhido pela população. É um sistema simples e mais justo.

VALDIR COLATTO (PMDB): Favorável

— Eu acho que é justo que se elejam os mais votados e não sejam carregados por sublegendas ou artimanhas de acordos políticos. Se o candidato foi o mais votado é porque esta é a opinião da maioria (dos eleitores).

CELSO MALDANER (PMDB): Sem posição definida

— Ainda não tenho posição, vou aguarda manifestação do partido.

ESPERIDIÃO AMIN (PP): Sem posição definida

— A preferência é pela PEC 282/2016, que prevê uma federação para congregar as siglas que não conseguirem o índice da cláusula de desempenho. É necessário acabar com a coligação nas eleições proporcionais, que é o vetor da corrupção política. Não descarto a possibilidade de rever a minha posição à respeito do “distritão”, reconheço que pode vir a ser uma alternativa transitória.

GEOVANIA DE SÁ (PSDB): Sem posição definida

— Não tomei posição nenhuma porque eu quero ler o relatório final que ainda não está pronto e tem alguns destaques pra ser votado.

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