O aumento do déficit em junho divulgado ontem pelo Tesouro foi mais um golpe que a economia americana desferiu contra o presidente-candidato, Barack Obama, na corrida eleitoral.

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Um dia antes, porém, seu oponente, o republicano Mitt Romney, também recebia sua bofetada: era vaiado durante discurso em uma associação civil negra.

No plano geral da disputa pela Casa Branca, vê-se um embate crescente: os dois candidatos se atacam, cometem gafes, arrecadam somas estratosféricas para as campanhas e poluem a internet com mensagens de propaganda (veja no quadro ao lado). Mesmo assim, as pesquisas eleitorais oscilam pouco, com apenas uma ligeira vantagem para Obama nas intenções de voto e uma diferença mais favorável no colégio eleitoral.

O republicano já gastou a tecla da economia e tem dificuldade em se mostrar versado em assuntos que tenham pouco a ver com dólares. O democrata quer distância dos números: dados como desemprego e crescimento econômico apenas depõe contra ele.

Os últimos ataques de Obama contra os tempos em que Romney era um executivo da empresa Bain Capital, com alegações de que seu trabalho destruía empregos dos americanos, não surtiu o efeito esperado entre os eleitores brancos da classe trabalhadora – população descontente com o presidente. O ex-governador de Massachusetts é pressionado pelos próprios aliados, como o magnata das comunicações Rupert Murdoch, a responder à altura, o que ainda não foi feito.

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As convenções partidárias no fim de agosto e início de setembro confirmarão as candidaturas e darão início à sequência de debates nos quais o loquaz Obama enfrentará o trucado Romney – algo que pode definir as eleições de 6 de novembro.