A disputa pela cadeira de prefeito de Criciúma deve ser, na prática, um plebiscito sobre a gestão de Clésio Salvaro (PSDB), candidato à reeleição. Sem a possibilidade de segundo turno, os principais grupos políticos da cidade se reúnem em torno da candidatura do tucano à reeleição ou da oposicionista Romanna Remor (PMDB). A chance de terceira via é praticamente zero.
Continua depois da publicidade
A lição foi entendida pelos partidos na eleição de 2008. Adversários históricos na política criciumense, PT e PMDB viram seus candidatos naufragarem diante de Salvaro, que fez 48,6% dos votos válidos _ número semelhante à soma do ex-prefeito Décio Goes (PT), segundo colocado, e Acélio Casagrande (PMDB). O favoritismo do tucano levou peemedebistas e petistas a costurarem uma chapa que passa por cima das rivalidades que chegaram ao ápice com a cassação de Décio Goes por uso da máquina administrativa na eleição de 2004. A avaliação é de que o lançamento de duas candidaturas garantiria a reeleição de Salvaro.
Filiada ao PMDB no ano passado, a ex-vereadora do DEM Romanna Remor é o nome do partido para voltar ao poder. O candidato a vice-prefeito deve ser o ex-deputado estadual José Paulo Serafim (PT). A confirmação deve se dar no dia 15 de fevereiro, quando os petistas decidem se aceitam a coligação ou se lançam o ex-suplente de senador Luiz Carlos João. A tendência é pela coligação.
O terceiro elemento dessa frente anti-Salvaro deve ser o PSD. Embora tenha filiado o deputado federal Jorge Boeira (ex-PT), o novo partido mantém conversas para fazer parte da aliança. O apoio dado por Salvaro à candidatura de Angela Amin (PP) ao governo estadual, em 2010, ainda não foi digerido pelos seguidores do governador Raimundo Colombo.
Continua depois da publicidade
Na época, Salvaro dizia que não poderia ficar longe de quem o havia apoiado na eleição municipal. Os frutos daquela decisão serão colhidos agora, com a manutenção da dobradinha que garantiu a primeira eleição. Tratado como prioridade pelo PSDB estadual, o prefeito também deve receber o apoio do PR e ainda negocia com o PDT _ estes ainda em dúvida sobre qual dos dois lados apoiar em outubro.
Ficou fora
O ex-prefeito Décio Goes (PT) foi candidato a prefeito nas últimas três eleições de Criciúma. Foi eleito em 2000, reeleito e cassado pela Justiça Eleitoral em 2004 e ficou em segundo lugar em 2008. Agora, está fora da disputa: ele transferiu o domicílio eleitoral para Balneário Rincão, onde é pré-candidato a prefeito.
Partidos Órfãos
Romanna Remor deixou dois partidos órfãos de candidatura quando decidiu se filiar ao PMDB. Ela era a aposta do DEM, ainda durante o mandato de vereadora. Com a ida das principais lideranças do partido para o PSD, ela seria o nome natural da sigla. Peemedebista, ela deve atrair o PSD. O DEM ainda não sabe o que faz.
Continua depois da publicidade
Vai com tudo
O vice-governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB) deve entrar com tudo na campanha eleitoral. Adversário histórico de Clésio Salvaro, ele articulou pessoalmente a filiação de Romanna Remor e sua ida para a Câmara Federal, onde era a quinta suplente. Para isso, convenceu Gean Loureiro, pré-candidato a prefeito de Florianópolis.
A série de reportagens
No ano em que os eleitores voltarão às urnas para decidir os futuros prefeitos, os partidos começam a se articular para lançar candidatos que caiam no gosto das comunidades e agradem as alianças formadas para alavancar as candidaturas.
O Diário Catarinense lança uma série, de domingo a quarta-feira, sobre os atuais cenários políticos nos 20 maiores colégios eleitorais do Estado.
Continua depois da publicidade
A ideia é dar um panorama dos possíveis arranjos que influenciarão as campanhas em 2012.