Diante da ameaça de sofrer um novo revés com o Código Florestal, a presidente Dilma Rousseff ordenou nesta noite que a base governista recuasse, adiando a votação do projeto na Câmara. Foi fechado um acordo para retomar a análise da reforma ambiental nesta quarta-feira, a partir das 11h.
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Para cumprir a determinação da presidente de não permitir anistia a desmatadores, quatro ministros e o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), passaram a terça-feira negociando alterações no relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG). Apesar dos esforços do Planalto, Piau se mostrou irredutível.
A derradeira tentativa de convencer o peemedebista a avalizar o texto aprovado em dezembro pelo Senado ocorreu minutos antes do início da sessão, por volta das 22h. Em uma reunião a portas fechadas, Chinaglia e o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), apelaram para que os líderes das bancadas aceitassem votar o texto dos senadores.
Convencidos de que tinham maioria suficiente para derrotar o governo em plenário, os ruralistas rechaçaram esse acordo. Sem alternativas, o líder da bancada do PT, Jilmar Tatto (SP), encampou um requerimento do PV que pedia a retirada do projeto da pauta.
A estratégia havia sido costurada por Dilma com o líder do governo e o presidente da Câmara poucas horas antes do começo da sessão. Com a resistência da base em acatar a orientação do governo, os petistas foram ao Planalto para informar Dilma sobre o risco iminente de derrota. Chinaglia advertiu a presidente que era grande a possibilidade de os ruralistas reeditarem a vitória do ano passado na votação do Código Florestal.
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– Se houver votação em desacordo com o pensamento do Planalto, aumentam as chances de Dilma vetar trechos do relatório – alertou Maia.