A discussão iniciou quando o pai, Rafael Isidro Vieira, se recusou devolver a filha de 8 anos para a mãe, Fernanda Guiguer Souza. Segundo a avó materna, a mãe, em um ato desesperado, pegou a menina de volta quando a viu nas ruas de Londres. O pai, que disse não abrir mão da guarda, denunciou a ex-mulher por rapto. Apesar de a guarda ter sido cedida pela justiça brasileira para a mãe, o documento não foi validado no exterior.
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>>>Pai não abre mão da filha
Ex-jogador do Avaí, Figueirense, Criciúma, Marcílio Dias e do Itapetininga, Rafael Isidro Vieira foi tentar a vida na Inglaterra em 2009. Casou de novo e até o ano passado tinha um bom relacionamento com a ex-mulher Fernanda. Os dois se conheceram na cidade natal deles, Criciúma, em 2001. A separação aconteceu “por desgaste natural da relação”.
Hoje, ele não abre mão da guarda da filha, Rafaely. Diz que a menina possui uma vida regrada, estuda na Chestnut Primary School, tem aulas de violino e frequenta a psicóloga da escola uma vez por semana. Rafael afirma que, embora tenha denunciado a ex às autoridades, não imaginava o rumo do caso e a prisão.
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– Foi uma atitude de mãe desesperada (rapto), mas acho que ela fez por capricho. E poderia ter evitado. Eu disse que ela poderia visitar a Rafaely sempre que quisesse, na minha presença. Já dei várias cartas-convites (autorização para entrar na Inglaterra) para a Fernanda visitar a filha – contou.
No processo da justiça britânica contra a Fernanda e o noivo, o ex-jogador é testemunha, junto do irmão de 16 anos, que estava com Rafaely no momento em que ela foi levada pela mãe.
– Não sinto nada em relação à Fernanda e não me arrependo de ter avisado a polícia. Se não fizesse, minha filha não estaria aqui hoje e eu estaria desesperado. Eu mesmo vou contar para minha filha essa história. Se ela me cobrar quando tiver 18 anos, vou falar que foi amor de pai – disse.
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>>>Sem os detalhes oficiais
Detalhes do processo a que Fernanda responde na Inglaterra não foram divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores. A assessoria de imprensa do órgão informou que o Consulado do Brasil em Londres tomou conhecimento do caso desde a prisão, que está em contato com os dois brasileiros para “verificar se contam com advogados”, se precisam de assistência consular e se estão sendo bem tratados na prisão.
A assessoria não soube informar se alguém do consulado foi até a prisão ou se a assistência está sendo feita por telefone. Informou ainda que o consulado monitora os atos processuais e agora resta aguardar a “decisão soberana da justiça britânica”.
Segundo a avó materna, foram quatro audiências até agora. Conforme Rafael Vieira, o julgamento deverá ocorrer em março.
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Especialista em Direito Internacional, com doutorado pela Universidade de São Paulo, o advogado André Lupi informou que a guarda de Rafaely, concedida pela Justiça brasileira, não tem validade na Europa. Segundo ele, o documento precisa ser regularizado conforme as normas consulares e submetido a tradutor juramentado na Inglaterra para ser anexado ao processo.
– A mãe da criança deveria ter consularizado a guarda e anexado aos cadastros da menina na Inglaterra. Se ela tivesse feito isto, a guarda teria validade naquele país – observou Lupi.