A um ano das eleições para prefeitura de Florianópolis o cenário ainda é nebuloso sobre quem vai para a disputa, mas uma coisa é certa: Cesar Souza Junior (PSD) e Gean Loureiro (PMDB), protagonistas de um segundo turno cheio de reviravoltas em 2012, estarão de novo no páreo. Na época, Cesar Junior levou a melhor por cerca de 12 mil votos.
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O novo confronto apresenta os rivais maiores do que quatro anos antes. Eleito prefeito, o pessedista consolidou a liderança local que já lhe havia garantido dois mandatos de deputado estadual. Gean aproveitou a visibilidade do segundo turno para conquistar pela primeira vez uma cadeira na Assembleia Legislativa – com a maior votação da história de Florianópolis. Durante todo o mandato de Cesar Junior, o peemedebista marcou posição como opositor e deve levar esse discurso para a campanha eleitoral.
– Tenho as promessas do Cesar na última eleição. Ele não vai conseguir entregar nem 20% no final do mandato. Vamos falar da ausência de obras, de investimento em saúde, educação. O que o Cesar entregou até agora? – questiona Gean.
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De pedra a vidraça, o atual prefeito promete defender o próprio legado. Pesquisas internas apontam recuperação da popularidade do pessedista, que enfrentou dificuldades nos dois primeiros anos de gestão, especialmente por conta da disputa judicial contra entidades da sociedade civil pelo aumento do IPTU. Hoje, Cesar afirma que se não houvesse o a reajuste, “Florianópolis seria o Rio Grande do Sul”, citando as dificuldades do Estado vizinho para pagar a folha dos servidores.
– Eu tenho uma causa. Defender o legado do meu governo, das decisões duras e difíceis que tomei. Vai ser uma eleição muito difícil para quem não tiver uma causa -afirma.
Os dois ainda se digladiam pelo apoio do ex-prefeito Dario Berger (PMDB), hoje senador. Durante a campanha eleitoral do ano passado, houve aproximação entre Dário e Cesar, ex-adversários, enquanto a relação com deputado estadual se manteve entre altos e baixos.
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Se os polos da eleição estão consolidados, a terceira via ainda é uma incógnita. Angela Albino (PCdoB), terceiro lugar em 2012 com 25% dos votos e hoje secretária estadual de Assistência Social, deve ficar fora da disputa. O urbanista Elson Pereira (PSOL) concorrerá mais uma vez – há quatro anos ele surpreendeu pesquisas e prognósticos ao alcançar 14,4% dos votos -, mas o PSOL ainda discute como ter visibilidade com as novas regras eleitorais que diminuem o tempo de televisão e excluem de debates os partidos com menos de 10 deputados federais, caso da legenda socialista.
Além desses fatores, existe um que surge a cada quatro anos em Florianópolis: a possível candidatura da ex-prefeita Angela Amin (PP). Longe das urnas desde que disputou o governo em 2010, a pepista tem capital eleitoral para mexer com todo o cenário. Em 2012, o PP indicou o filho João Amin, hoje deputado estadual, como vice de Cesar Junior. A um ano do pleito, as costuras indicam a reedição da aliança – sem fechar a porta para a volta da ex-prefeita.
– Temos dois caminhos naturais, que são a candidatura da ex-prefeita Angela ou a continuidade do projeto com o prefeito. O PP apoia a gestão de maneira qualificada, com postos importantes – afirma João Amin.
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Eleições que marcaram
1985
Na volta das eleições diretas para prefeitura de Capital ao fim do regime militar, Edison Andrino (PMDB) venceu a disputa por um inusitado mandato de três anos. O peemedebista ficou à frente de Chico Assis (PDS) e de Enio Branco (PFL) – que tinha como vice Cesar Souza, hoje deputado federal e pai do prefeito Cesar Junior (PSD).
1988
Dois anos depois de deixar o governo do Estado, Esperidião Amin (PDS) venceu com facilidade a disputa pela prefeitura. Ficou apenas um ano e meio no cargo e renunciou para concorrer ao Senado. Assumiu o vice Antonio Henrique Bulcão Vianna (PFL).
1992
Sérgio Grando (PCB) conquista a única vitória da esquerda em Florianópolis, liderando uma aliança que contava com o PT do vice Afrânio Boppré. Ainda não havia segundo turno e o cenário de múltiplas candidaturas favoreceu o então comunista.
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2000
Candidata à reeleição, Angela Amin (PPB) venceu em primeiro turno uma disputa que contava com o ex-prefeito Sérgio Grando (PPS) e o ex-deputado estadual, hoje desembargador, João Henrique Blasi (PMDB). Os Amin viviam o auge político, com Angela prefeita e Esperidião governador.
2004
Após dois mandatos em São José, Dário Berger (PSDB) fixou domicílio em Florianópolis e aproveitou o desgaste das lideranças locais para vencer a disputa em segundo turno contra Chico Assis (PP). Quatro anos depois, já pelo PMDB, seria reeleito derrotando Amin. Atualmente, Dário é senador.