Uma Jacques Vabre ainda maior vai chegar à Itajaí em novembro de 2015. Registrado neste sábado durante o Salão Náutico de Paris, o anúncio oficial que fez do município destino da regata pela segunda vez consecutiva confirmou também o caráter arrojado da disputa. A próxima edição, que começa em Le Havre dia 25 de outubro, terá uma nova categoria – com embarcações de grande porte e possibilidade de quebra de recordes. O evento de chegada ganhará também programação mais extensa e promoverá pela primeira vez uma prova comemorativa entre os velejadores.
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Se o número de embarcações previstas para integrar a competição é o mesmo do ano passado, entre 40 e 50, e o trajeto até Itajaí, mais de cinco mil milhas (10 mil quilômetros), também foi mantido, o mesmo não se pode dizer da fisionomia dos barcos que vão chegar ao município catarinense. Antes com até 70 pés (pouco mais de 21 metros de comprimento), agora veleiros de até 105 pés (32 metros) prometem surgir em águas catarinenses, inclusive quebrando marcas:
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– A abertura da regata para esse tipo de embarcação atende a demanda do mercado e também dá mais visibilidade à competição. Com a entrada desses veleiros na disputa, há também a chance que o recorde de 11 dias e cinco horas (registrado em Itajaí ano passado) seja quebrado – explica do diretor de Corrida da Jacques Vabre, Manfred Ramspacher.
Uma dos diferenciais da regata é que, independente do tamanho dos barcos, são permitidos apenas dois tripulantes. Para comparar, os veleiros que competem a Volvo Ocean Race, por exemplo, tem 65 pés e permitem até oito tripulantes. Além da nova categoria, haverá também mais veleiros Imoca, de 60 pés, na competição. Ano passado, foram 10 inscritos, para a próxima edição estão previstos até 15.
Programação
A partir da largada, os veleiros das quatro categorias (veja tabela abaixo) são esperados de 4 de novembro em diante em Itajaí, com a Vila da Regata abrindo os portões dia 3. Os barcos maiores (e potentes) chegam à frente e os menores encerram a competição. Nesta edição haverá prazos para os últimos colocados: precisam cruzar a linha de chegada até 10 dias após o vencedor do grupo – marca que teria sido descumprida por cinco horas ano passado.
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Iniciativa pioneira na Jacques Vabre, uma regata comemorativa entre os velejadores da competição que cruzarem o Atlântico vai levar o evento até Itapema. A data e os detalhes da prova ainda não foram divulgados pela organização, mas a tendência é que ocorra mais perto do dia 22, quando a Vila da Regata fecha as portas e todas (ou a maioria) das embarcações terá concluído o percurso. A expansão foi uma exigência de Itajaí, que parece ter sido recebida de forma positiva pela organização:
– Somos parceiros de Itajaí, de Itapema e de toda Santa Catarina. É importante para nós que os franceses descubram a beleza da Costa Verde e Mar catarinense – destacou Gildas Gautier, diretor da regata Jacques Vabre.
Organização e investimento
Para garantir o sucesso da Jacques Vabre, entre 100 e 120 pessoas vão participar da organização. O comitê responsável por executar o projeto também responde pela parada da Volvo Ocean Race em Itajaí e faz parte da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (Amfri), entidade usada para administrar as etapas locais dessas competições. O secretário executivo de Regatas, João Luiz Demantova, explica as diferenças entre preparar as duas competições:
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– A Jacques Vabre se torna mais difícil em função do maior número de barcos e a recepção das duplas. Para atender ao público, há poucas diferenças. A Volvo, porém, exige muito mais do ponto de vista técnico, o que nos obriga a ter 300 a 350 pessoas na organização. Precisamos, por exemplo, deixar relacionado fornecedores de todo tipo de peça, para o caso de reparos.
O público da Jacques Vabre ano passado chegou a 240 mil, em 18 dias. A expectativa natural é que cresça, em um ano que será marcado por regatas em Itajaí, já que a Volvo passa pela cidade em abril. A chegada dos franceses ocorrerá em paralelo com a Marejada e, a exemplo dos outros anos, vai manter a gratuidade. O investimento ainda não havia sido confirmado, mas a previsão é que seja igual ao do ano passado, com 400 mil euros investidos por Itajaí – o que deve ser captado junto a poder público e iniciativa privada -, além de outros 2 milhões de euros pagos pela prefeitura de Le Havre e Fundacão Jacques vabres, a realizadora do evento – metade cada.
A REGATA
::: Os veleiros partem de Le Havre em 25 de outubro de 2015;
::: As cerca de 40 a 50 embarcações são divididas em quatro categorias: Class 40 – 40 pés; Multi 50 – 50 pés; Imoca – 60 pés; e Ultim – 70 a 105 pés;
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::: O trajeto de 5,4 mil milhas – cerca de 10 mil quilômetros – liga a Europa à América;
::: Os pontos críticos da disputa são a saída do canal da mancha e o percurso no Atlântico até Portugal.
::: Esse percurso é conhecido como Rota do Café, porque liga uma tradicional cidade beneficiadora do grão aos países produtores;
::: A previsão é que os primeiros veleiros comecem a chegar em 10 dias – um antes do primeiro colocado ano passado;
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* A jornalista viajou a convite do comitê organizador da regata integrado à Amfri