Os estúdios Disney vão, em fim, executar o sonho de seu fundador levando às telas uma luxuosa versão do conto The Snow Queen (A Rainha da Neve), que marca o reencontro do estúdio com as histórias de Christian Andersen, 25 anos após A Pequena Sereia.

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Frozen – uma aventura congelante, 53º longa-metragem animado dos estúdios Disney, parece muito bem cotado para o prêmio de melhor filme de animação no próximo Oscar. O filme estreia nesta quarta-feira na América do Norte para aproveitar o feriado do Dia de Ação de Graças, mas só chega aos cinemas brasileiros em 10 de janeiro.

A Rainha da Neve, o conto mais longo do escritor dinamarquês, publicado em 1844, estava entre os projetos mais sonhados por Walt Disney, que nunca o viu realizado.

– Ele queria apaixonadamente realizar esta versão – , explicou recentemente à imprensa Chris Buck, codiretor do filme, durante a apresentação do filmes nos estúdios da Disney em Burbank.

– Nós temos alguns desenhos de um dos ‘nove senhores’ (os fundadores do estúdio), mas isso é tudo – explicou.

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– Procuramos (nos arquivos) pelo material original, mas nada foi encontrado, apenas alguns desenhos aqui e ali. Mas nós sabíamos que era um projeto muito especial para Walt Disney – confirmou a codiretora Jennifer Lee.

Apesar de ignorar o por que do projeto não ter sido viabilizado durante a vida da Disney, Lee – roteirista de Detona Ralph (2012) – afirma que não ficaria surpresa se o motivo fosse o momento histórico.

– Esta é uma história muito difícil, muito simbólica. A rainha da neve é, em si, muito bem definida no conto – considerou.

Os autores tomaram muitas liberdades com o conto original, cujas duas personagens femininas – Gerda e a rainha da neve – tornaram-se, de acordo com as necessidades do filme, as princesas e irmãs Elsa e Anna.

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Elsa, que tem o poder de transformar em gelo tudo o que toca, fugiu de seu reino após acidentalmente condena-lo ao frio eterno. Anna decide procurá-la, com a ajuda de Kristoff, um plebeu corajoso e atraente, e Olaf, um boneco de neve hilariante que sonha com calor e o sol.

– Há vários elementos muito fortes nesta história, como esta jovem (Anna), que não tem como poder apenas o amor e que luta contra o mal – observa Lee.

– O medo é um grande problema em nossa sociedade. Então, ver esta pequena Anna, uma pessoa comum com um coração enorme, que tenta se levantar contra o poder do medo representado por Elsa, e que luta para salvar seu reino e a sua irmã, é muito rico – acrescenta ela.

Na versão original em inglês, Elsa tem a voz da cantora e atriz Idina Menzel. – A coisa mais importante era conservar um aspecto vulnerável, independentemente de seu poder. Há tristeza e solidão nessa personagem – disse .

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– No começo, ela havia sido escrita como uma vilã tradicional, mas quando (os roteiristas) começaram a trabalhar no projeto, mudaram para uma personagem mais complexa, alguém mal compreendida – disse ela.

A Disney deu especial atenção a Frozen, que beneficia de um tratamento luxoso, tanto no formato quanto nos detalhes atribuídos à direção de arte – que viajou para a Noruega para se inspirar. As canções também são muito presentes, seguindo a tradição da Disney, que contou com Robert Lopez, autor dos musicais de sucesso O livro de Mormon e Avenue Q.

Frozen – uma aventura congelante é precedido por um curta-metragem, Get a horse!, assinado por Lauren MacMullan, que utiliza desenhos históricos de Mickey e Minnie em preto e branco, antes de mergulhar no 3D e na animação por computador com uma virtuosidade de arrepiar.