Após a polêmica politica em torno da Coronavac – produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e desenvolvida em parceira com a empresa farmacêutica chinesa Sinovach para combater o coronavírus quando for aprovada -, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina discute o assunto nesta quinta-feira (22). O tema ganhou força após a desautorização do presidente Jair Bolsonaro para o acordo feito pelo Ministério da Saúde para comprar doses da “vacina chinesa”, como acabou sendo chamada.
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Na verdade, o seminário, iniciado no fim da manhã, foi marcado antes dos incidentes que se seguiram desde esta quarta-feira. Em princípio, o diretor do Butantan, Dimas Covas, seria um dos participantes. Porém, após toda a repercussão, ele precisou participar de outras reuniões de forma urgente, segundo responsáveis pelo seminário sobre a vacina na Alesc. Assim, Raul Machado Neto, um dos diretores do instituto, entrou em seu lugar para responder questionamentos sobre o andamento dos testes com o imunizante.
– Todas as pesquisas de todos os medicamentos nesse momento estão sendo desenvolvidos com toda a vigilância possível da sociedade científica internacional. Grande partes das vacinas possuem insumos chineses. Essa é uma discussão estéril e ideológica, que só aumenta a dúvida pelo uso de vacimas – declarou o deputado estadual Vicente Caropreso (PSDB), vice-presidente da Comissão de Saúde da Alesc, responsável pela solicitação desse seminário.
Representantes da Secretaria do Estado da Saúde também foram chamados para o encontro na Casa Legislativa, para que os deputados possam questionar se há contatos pelo governo de SC para adquirir a vacina. O governador participou de uma reunião com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello – que está com a covid-19 -, mas isso foi um dia antes de Bolsonaro negar a compra de 46 milhões de doses da coronavac.
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Além do reconhecimento do trabalho desempenhado pelo Instituto Butantan, o deputado catarinense destacou que pesquisadores do órgão brasileiro repassaram informações de que, até o momento, a Cororovac é o imunizante mais seguro entre os testados no país. Ao todo, foram 9 mil voluntários participantes desse projeto, sem registro de efeitos colaterais graves, dentro das etapas para reforçar a eficácia do produto antes de se chegar à população.
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– É gente séria, e que o Brasil precisa agradecer muito pelo nível que eles atuam – declarou Caropreso, que é médico e foi secretário de Saúde de Santa Catarina durante o governo Raimundo Colombo durante um ano, entre 2017 e 2018, em comentário sobre o instituto paulista durante a entrevista no Notícia na Manhã desta quarta.
Em todo o mundo, são 196 vacinas. Dez projetos na corrida contra a covid-19 estão na fase 3, que é a etapa clínica de testagem em massa – a última para a comprovação se realmente a dose protege da doença que transformou o mundo em 2020.
Ouça a entrevista completa para a CBN Diário:
Deputado passa bem após ausência em votação de impeachment
Vicente Caropreso esteve ausente da votação ocorrida na tarde da última terça (20). que determinou a sequência do segundo pedido de impeachement contra o governador Carlos Moisés – aquele que trata sobre o enfrentamento da Covid-19 em SC, envolvendo a compra dos respiradores pelo governo estadual. O parlamentar alegou que teve uma queda de pressão e precisou deixar as dependências da Assembleia Legislativa para fazer exames no hospital SOS Cárdio, em Florianópolis.
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O deputado, de 64 anos, disse que ficou em repouso nesta quarta-feira e já se sente melhor para voltar ao trabalho. Nesta sexta-feira (23), ocorre o Tribunal de Julgamento a respeito do primeiro pedido de impeachment – referente à equiparação salarial de procuradores do Estado e da Alesc. Porém, Caropreso não faz parte dos integrantes, na sessão que pode determinar o afastamento do governador e da vice Daniela Reinerh.