O novo presidente da França, François Hollande, tomou posse terça-feira fazendo profissão de fé no crescimento econômico em detrimento do ajuste fiscal em voga na Europa por imposição de organismos internacionais.
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Horas após a cerimônia discreta, Hollande foi do discurso – em que apelou aos outros líderes europeus por um pacto pelo crescimento -, para a prática: reuniu-se com a principal fiadora da austeridade, a chanceler alemã Angela Merkel, em Berlim.
Foi o começo da busca pelo pacto. Em um gesto mútuo de boa vontade, Hollande e Merkel disseram concordar em analisar meios de gerar crescimento econômico. Tratou-se do primeiro encontro entre duas visões opostas, acompanhado do seguinte pedido feito pelo francês:
– Temos de pôr tudo sobre a mesa.
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De acordo com Hollande, em seu discurso – definido por ele como “uma mensagem de confiança” -, deve ser aberto, com o estímulo ao crescimento, “um novo caminho na Europa”. Nesse tom, ele instou os 400 presentes à cerimônia no Palácio do Eliseu a “superar os desafios” – algo que, segundo ele, é uma tradição francesa.
Ainda na terça-feira, entre a posse e a visita a Merkel, Hollande nomeou Jean-Marc Ayrault, líder da bancada do Partido Socialista (o mesmo do presidente), como primeiro-ministro. Por ser um político pragmático, Ayrault pode ter papel importante na aproximação com a Alemanha. Ele sucede François Fillon, que foi chefe de governo de Nicolas Sarkozy desde maio de 2007. A composição do ministério, com todas as áreas contempladas, deve ser anunciada hoje.