Além das batalhas em campo e para chegar ao quadrangular do Catarinense, o Criciúma trava uma luta contra o tempo desde antes da competição começar. A primeira dificuldade foi montar um elenco de qualidade em um prazo apertado. Foram trazidos 15 jogadores para todas as posições. Isso gerou expectativa junto à torcida, que cada vez mais tem cobrado para que o elenco corresponda em campo o mais rápido possível.

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Criticado, o técnico Ricardo Drubscky pede por paciência e explica que engenharia humana não se resolve de um dia para o outro. Com pouco mais de 30 dias de trabalho, o grupo ainda tenta se entrosar para mostrar o que todo mundo quer ver: qualidade dentro das quatro linhas.

– O treinamento, que vocês não acompanham no dia a dia, é excelente. O que falta ainda é a transferência para o jogo. Só que isso é um processo. Cada um veio de uma região, culturas diferentes. Tudo isso é muito lento, precisamos ter paciência com o que está sendo construído – argumenta o executivo de Futebol do Tigre Carlos Kila.

Ainda que não esteja satisfeito com o desempenho, Kila mantém a confiança no elenco e na comissão técnica. O dirigente explica que as contratações foram feitas pensando não apenas no Estadual, mas também no Brasileiro. Por isso, os 31 atletas à disposição, contando com o aproveitamento da base. O cartola prevê cerca de 70 jogos para o Criciúma este ano, entre o Brasileiro, Copa do Brasil e uma possível Sul-Americana.

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– Vamos, no momento certo, chegar bem, chegar forte e buscar o bicampeonato. Mas temos ambições maiores. Esse trabalho que está sendo montado vai dar muitas alegrias para o torcedor do Criciúma. Esse ano nós não vamos passar o que se passou no ano passado, em que se teve dificuldade até a última rodada para se livrar do rebaixamento. A gente já tem claro que, se for preciso, vamos melhorar o grupo de atletas para o Brasileiro – pontua.

Guto Silva avalia que as equipes de maior qualidade da competição, em sua opinião o Metropolitano e o Joinville, são as que mais têm jogadores do ano anterior no elenco, enquanto o Criciúma conta com apenas quatro atletas de 2013. Ainda assim, o gerente avalia que, para o Tigre engrenar, faltam alguns pequenos ajustes.

– Eu acredito que com o passar de mais duas ou três rodadas, a gente vai ver evolução no time. Todo mundo no Estado qualifica o Criciúma como um dos grupos mais fortes. Só que isso só vai acontecer quando todos os outros fatores estiverem bem – aponta Guto.

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Confira opiniões de dirigentes e especialistas sobre o momento do Criciúma:

Carlos Kila – Executivo de Futebol

“Nós estamos construindo desde o início em uma linha de pensamento e nós não vamos fugir dela. Nós montamos um projeto de futebol, uma forma de jogar para o Criciúma, trouxemos um técnico que se encaixa nesse perfil, e montamos também um grupo de jogadores baseado nesse projeto. Estamos plenamente satisfeitos? Não, porque nós podemos dar mais e esse grupo vai dar mais. Todos vão dar mais. Nós vamos atingir nosso objetivo, mas temos que ter cautela, temos que ter prudência. Precisamos que ele mature um pouco, vamos evoluindo passo a passo”.

Guto Silva – gerente de Futebol

“A gente atingir essa excelência que todo mundo quer, mas pra esse primeiro momento a gente sabia. Nós temos quatro jogadores do ano passado, o goleiro e três jogadores de linha. Então quem está aqui dentro não tem essa expectativa de ganhar todo mundo com essa facilidade. Essa pressão a gente sabe que é normal, sabe que a torcida apoia e ela cobra”.

Rogério Dimas – repórter da rádio Difusora de Içara

“Tem todas as chances. Tem três jogos em casa, ganhando dois acho que já matematicamente se classifica. Mas precisa melhorar muito porque nos jogos que disputou até agora ganhou, mas não convenceu e perdeu aquele jogo para o Metropolitano, que foi um vexame. A qualidade com que foi montado o Criciúma, não é para estar nessa situação, não. Eu acho que é cedo ainda para haver cobrança em cima do técnico, mas os jogadores estão precisando mostrar um pouco mais pela qualidade deles, pelo investimento que foi feito. É unânime que o grupo precisa melhorar se quiser ser campeão”.

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Roberto Gaúcho – comentarista da RBS TV

“Está faltando mais qualidade. Contrataram muitos jogadores, criaram muita expectativa que todas as contratações iam fazer diferença. Mas na realidade, na minha opinião, os três jogadores que podem desequilibrar para o Criciúma são o Paulo Baier, o Lucca e o Maylson. Os outros jogadores são normais, não são nem acima da média. Então isso vai dificultar bastante. Ficaram só cinco jogadores do ano passado para esse ano, o entrosamento demora. No quadrangular vai ficar, tem três jogos em casa, está com oito pontos, com certeza vai ficar entre os quatro finalistas. O que preocupa é a Série A. Acredito que vai ter que contratar mais jogadores. Precisa de mais um camisa 9, um cara que saiba fazer gol”.