A entrevista de Augusto Inácio dizendo que há "cânceres" no Avaí foi comentada por diretores do clube nesta quarta-feira (26). Questionados pela reportagem da CBN Diário, o presidente Francisco Battistotti, o gerente Marquinhos e o coordenador Diogo Fernandes trouxeram mais detalhes dos motivos para a saída do profissional. Enquanto o técnico alegou boicote ao jornal português A Bola, os dirigentes relatam falhas no trabalho.
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— Infelizmente os nossos trabalhos não tinham direcionamento e a equipe não evoluía. Nós pegamos muito na questão do trabalho, o resultado fica para avaliação do torcedor e da imprensa. Nosso maior desconforto era sobre o conteúdo que era passado aos atletas, até porque eles não tinham norte, não sabiam o que fazer em campo. Tinha também a convivência com os atletas que não era muito sadia — pontua o coordenador Diogo Fernandes.
O gerente de futebol do Avaí, Marquinhos, revelou que não havia multa rescisória no contrato com o técnico português. O acerto envolvia apenas o pagamento das passagens de retorno à Europa para o profissional, sua esposa e os dois auxiliares. A demissão foi discutida internamente antes mesmo da eliminação na Copa do Brasil.
— A gente teve uma coincidência da derrota para o Criciúma e eliminação na Copa do Brasil, mas no jogo do Marcílio Dias já tínhamos feito uma reunião com o presidente e repassamos como estava a situação do dia-a-dia, do vestiário. Ali já tínhamos decidido que iríamos fazer a troca, apesar de chateados — complementa Diogo Fernandes.
Ouça a entrevista dos dirigentes do Avaí:
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Outras falas sobre Augusto Inácio:
Acerto ou erro na demissão (Battistotti):
— O tempo dirá sobre a declaração do Augusto Inácio. Só queria dizer isso, o tempo dirá se nós acertamos ou não na demissão dele.
Mudanças questionáveis (Marquinhos):
— Teve situações como improvisação do Capa, do Leonan… Tirou nosso melhor jogador do clássico, o Valdívia. São situações que a gente observava e tomou a decisão. Todo treinador que vem para cá, traz só o auxiliar, ele trouxe duas pessoas. Não vamos achar que os portugueses entendem de futebol e os brasileiros são burros. Tudo o que a gente tá falando aqui, falamos na cara dele. Ele não quis responder na hora, tudo bem.
Falta de evolução do trabalho (Marquinhos):
— Participamos da pré-temporada e acompanhamos o trabalho diariamente. Foram vários fatores que ocasionaram a demissão. O único que não ocasionou foi o resultado. Trabalhamos em cima de um planejamento, não víamos evolução na equipe. O clássico não se ganha com planejamento, sim com coração. Ele não sabia como era, mas nos ouviu e entendeu como o clássico era jogado.
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Ambiente com o grupo de jogadores (Marquinhos):
— As entrevistas pesaram muito no vestiário. Primeira coisa que falei pro Diogo “sorte dele que não sou mais jogador”. Todo mundo já me deu bronca, mas era "teti-a-teti", no vestiário, não tem que ficar expondo nada. Não é questão de eu ganho e vocês perdem, mas o treinador é o menos culpado pela derrota, os jogadores 70%, e o treinador 30%. Mas é claro que a repercussão depois das entrevistas atrapalha muito no vestiário e nós tivemos que intervir, falando com os jogadores, pedindo para eles entenderem. O ambiente agora está maravilhoso, e tomara que possamos ter um 2020 tranquilo e com vitórias.