“Ele não me deixa sair”, “ele trancou o vilão”, “ele deu para gritar comigo”. Essas são algumas confissões de Miúcha sobre a relação conjugal com João Gilberto, e que agora chegam ao conhecimento público através de cartas escritas pela artista ao longo dos anos, e lidas pela atriz Silvia Buarque no documentário Miúcha – A Voz da Bossa Nova. A obra integra a mostra Première Brasil, do Festival do Rio, e lotou sessão realizada no histórico Cine Odeon.
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Diretores do documentário, Daniel Zarvos e Liliane Mutti afirmam que o filme faz uma “reparação histórica” e exalta o legado da artista, que precisou se libertar do casamento com o gênio da música brasileira para poder viver o sonho de ser cantora. Mas, segundo eles, as revelações não mancham a memória e nem transformam João Gilberto em um “vilão da história”.
— Eu acho que todos nós somos luz e sombra. Eu realmente não acho que no filme a gente tenha uma heroína e um vilão, o filme não demoniza o João Gilberto. Eu continuo ouvindo João Gilberto. O que para mim é revelador é o lugar da mulher naquela época, a mãe, a cantora… e a gente precisava mostrar o quanto era naturalizado. O que acontece na relação desse casal, acontece até hoje entre vários casais. É importante trazer a história para a gente se colocar em perspectiva. Não existe cinema sem provocação — ressalta Liliane Mutti, em entrevista ao Metrópoles.
*Leia mais no Metrópoles, parceiro do NSC Total.
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