Quando Luciana Marsicano fala de Charles Lewis Tiffany, o fundador da joalheira nova-yorquina conhecido como Rei dos Diamantes, parece lembrar de um antepassado. O sentimento de pertencimento e de paixão pela história da marca desejada por 11 entre 10 noivas é o que mais me impressiona na manhã do Breakfast at Tiffany¿s, evento no qual Luciana, diretora-geral da marca no Brasil desde 2012, recebeu um grupo de jornalistas e digital influencers na loja da Tiffany no Pátio Batel, em Curitiba.

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Elegante e educada, a paulistana de 47 anos formada em Administração pela FGV e pós-graduada no conceituado Fashion Institute of Technology, em Nova York, personaliza ela mesmo uma história de glamour discreto e charmoso que começou nos Estados Unidos há 178 anos. E esse arquivo Tiffany é riquíssimo: une tradição, Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo, o fascínio dos diamantes e o icônico Tiffany Setting, o anel com um diamante solitário erguido por seis garras que deixam a pedra elevada no ar e revelam as quatro características mais valiosas em um brilhante: corte, cor, pureza e quilatagem.

São essas histórias em uma versão estendida e deliciosa que Luciana repete nas muitas viagens que faz pelas cinco lojas do Brasil – Brasília, Rio de Janeiro, Curitiba e dois endereços em São Paulo. Faz parte do desafio dela compartilhar um legado centenário, agregando tradição à marca que ainda não completou 15 anos no Brasil.

– Meu grande desafio é contar a história e aproximar a marca que tá na vida dos americanos há seis gerações e na nossa há uma.

Outra missão por aqui é adaptar a marca ao perfil da brasileira.

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– Para a americana ou a europeia basta apenas uma pequena joia. Já a gente tem essa coisa mais barroca. Mas a Tiffany não impõem cultura, então trazemos todos os brincos grandes da marca, por exemplo, porque sabemos que aqui eles vendem muito bem. Outra diferença: nos EUA só se vende aliança de platina, enquanto aqui prevalecem o ouro amarelo e o rosé. Hoje eu consigo ter nas lojas brasileiras um universo de alianças que são desenvolvidas só para a gente – conta a paulistana mãe de um menino de 13 anos e que trabalhou em grandes empresas como Parmalat, Pepsico e Ambev.

Mas nem só de solitários vive a marca. Um dos mais recentes cases de sucesso da joalheria foi a T Collection, coleção de braceletes assinados por Francesca Amfitheatrof, a incensada diretora de design que recebeu a missão de dar um ar contemporâneo ao portfólio reunido no Blue Book, o catálogo anual da marca. Entre as mulheres que mais compram na loja de Curitiba estão as catarinenses, principalmente de Blumenau, Joinville e Balneário Camboriú.

Mas talvez a tarefa mais desafiadora de Luciana seja mostrar que a Tiffany pode ser acessível aos brasileiros.

– A ideia é passar a ideia de proximidade com o cliente e mostrar que a Tiffany vai muito além da aliança, que já é bastante conhecida aqui. Temos desde canetas de R$ 600 e joias em prata por R$ 925 _ conta Luciana sobre os valores que, principalmente em tempos de crise, são ainda inacessíveis para a maioria dos brasileiros mesmo quando parcelados em 10 vezes.

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Cheia de energia, ela parece pronta para encarar essas desafios. Contemporânea a nossa geração de mulheres no quesito múltiplas funções, ela concilia na rotina uma carreira de sucesso, viagens, família e esporte.

– Acordo às 6h e durmo à meia-noite. Tenho muita energia. Jogo tênis e corro com meu marido. Ele filma publicidade, o que faz com que também transitemos muito no meio do cinema, da arte. Mas quando tiro férias, fujo dos aviões. Adoro o Ponta dos Ganchos Resort, por exemplo – conta, citando o luxuoso pé na areia em Governador Celso Ramos.

Quando pergunto se almeja um cargo fora do Brasil na empresa global com mais de 300 lojas, Luciana é realista:

– Tenho muito para desenvolver aqui antes de ter outras pretensões – finaliza a inteligente executiva, peça-chave da expansão do azul Tiffany em terras tupiniquins.

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