A comunidade cinéfila amanheceu triste na segunda-feira, quando foi acordada pela notícia da morte trágica do diretor e produtor britânico Tony Scott, 68 anos. Segundo o Departamento de Polícia de Los Angeles, a probabilidade de se trabalhar com outra explicação que não o suicídio é quase nula: testemunhas afirmaram que ele estacionou seu carro por volta do meio-dia e meia (16h30 no horário de Brasília), escalou uma cerca da Ponte Vincent Thomas, que liga a localidade de San Pedro a Terminal Island, em Los Angeles, e se jogou “sem hesitar”.

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Cinco minutos depois, o telefone de emergência da polícia tinha várias ligações de pessoas que contaram ter visto um homem se jogar da ponte, mas a equipe de mergulho da polícia portuária de Los Angeles só conseguiu resgatar o corpo horas depois.

Eram cerca de 22 horas (duas horas no Brasil) quando a família de Scott anunciou a morte. No carro que o diretor deixou estacionado, a polícia encontrou uma lista com os contatos da família. Mais tarde, foi encontrada uma carta de despedida no escritório de Scott. Até a manhã de segunda-feira, o conteúdo da carta ainda não havia sido revelado.

Uma fonte próxima ao cineasta revelou ao site ABC News que ele teria sido diagnosticado há pouco tempo com um tumor no cérebro. O câncer, diz a fonte, seria inoperável, e Scott teria decidido que não queria sofrer com a doença. Esta versão não foi confirmada pelos agentes e pela família e nenhum detalhe médico foi revelado. O corpo passaria por uma autópsia ainda na segunda-feira à tarde.

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Tony Scott começou sua carreira nos anos 1970, com produção de videoclipes e comerciais. Sua primeira produção cinematográfica foi o thriller de horror “Fome de Viver”, de 1983, com Catherine Deneuve, Susan Sarandon e David Bowie. O sucesso veio três anos depois, com a ação “Top Gun – Ases Indomáveis”, estrelado por Tom Cruise, filme que conquistou a maior bilheteria de 1986. Ele também tinha no currículo filmes de ação como “Um Tira da Pesada 2”, “Inimigo do Estado”, “Chamas da Vingança”, “Déjà Vu”, “O Sequestro do Metrô 123” e “Incontrolável”, entre outros.

Tony era irmão do também diretor Ridley Scott, com quem tinha a produtora Scott Free Productions, responsável pela produção dos filmes que os irmãos dirigiam, além de seriados como “The Good Wife” e “Numb3rs”. Apesar de seus filmes terem boas respostas nas bilheterias, Tony nunca foi bem cotado pelos críticos e pelas premiações de cinema.

De acordo com o site Internet Movie Database (IMDb), Tony estava em fase de pré-produção do filme “Emma’s War”, ainda sem elenco definido, e havia anunciado a continuação de “Top Gun – Ases Indomáveis”. Até o início da tarde de segunda-feira, Ridley Scott ainda não havia se pronunciado sobre a morte do irmão.

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Confira o primeiro filme que Tony dirigiu e a participação dele como ator no primeiro filme de Ridley Scott, no blog Câmera AN.