À frente da Divisão de Educação Básica do Inep do MEC, órgão responsável pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o catarinense Alexandre André dos Santos aceitou conversar com o DC sobre o índice e o bom desempenho do Estado. Ele é de Joinville, onde já trabalhou na Secretaria de Educação do município.

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Diário Catarinense – A técnica do Ideb tem se aprimorando a cada ano. Qual a importância da avaliação e de se investir nela?

Alexandre André dos Santos – União, estados e municípios buscam, a partir do conhecimento trazido pelas avaliações, reorientar o planejamento das escolas e redes de ensino, nas práticas de sala de aula e na formação dos educadores. A avaliação externa fornece informações para que gestores, professores e a comunidade escolar possam diagnosticar e planejar ações educativas. Com as avaliações em larga escala, também é possível evidenciar às escolas e ao sistema as competências e habilidades dos estudantes desejadas ao final de cada período e, conhecimentos e habilidades que as escolas deveriam estar desenvolvendo.

DC – Mesmo que a escola não tenha alcançado um índice considerado bom, como a média 6, ela pode ter feito um bom trabalho nestes dois anos?

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Santos – É importante comparar cada escola com ela mesma, ao longo do tempo. Isso vai refletir o esforço da gestão na direção de uma escola de qualidade.

DC – SC sempre vem se destacando no resultado do Ideb, e neste último de um salto no indicador dos anos iniciais. Para o senhor, a que se deve esse bom desempenho do Estado?

Santos – O protagonismo dos gestores municipais de ensino, que detém a maioria das matrículas nessa faixa de ensino. O fator socioeconômico também ajuda a explicar, mas não é o único. É preciso avançar nas pesquisas que tratam do caso específico.

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DC – Dentro do Estado, temos a cidade de Joinville, que o senhor conhece, e que sempre se destaca. Mais uma vez, as escolas com índices mais altos são joinvilenses, sendo a maioria municipal. O que está por trás dos bons índices?

Santos – Novamente, o protagonismo dos gestores municipais de ensino. Há, no caso de Joinville, um papel ativo dos gestores da rede de ensino. O fato de haver sucessivos compromissos das gestões com uma educação de qualidade, o papel ativo da comunidade, um substantivo investimento orçamentário, na orientação pedagógica e formação continuada dos profissionais da educação.