Diretor do FMI admite fracasso da globalização dos mercados financeiros

O efeito dominó da crise do sistema financeiro americano levou o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, a concluir que fracassou a tentativa internacional de adoção de mercados financeiros globalizados. A constatação foi feita durante o Encontro Mundial do FMI e do Banco Mundial, iniciado nesta quinta-feira em Washington.

Segundo informações do site oficial do FMI, Strauss-Kahn avaliou que a atual crise financeira global demostra a falência dos sistemas regulatórios das economias avançadas, incapazes de fixar regras para o gerenciamento de risco das maiores instituições financeiras privadas e de estabelecer mecanismos para disciplinar o mercado.

O diretor-gerente do FMI disse acreditar que o mundo está no ápice de uma recessão global, mas mantém o otimismo. Para ele, a recuperação da economia mundial é possível a partir do segundo semestre de 2009. Para isso, no entanto, é necessária uma ação conjunta internacional.

– Não há solução doméstica para uma crise como essa – afirmou.

Strauss-Kahn defendeu alguns princípios para as ações coordenadas em nível global e regional, como a necessidade de formulação de planos nacionais que forneçam liquidez por meio dos bancos centrais, contenham garantias para quem tem depósitos e para credores e, principalmente, incluam a recapitalização das instituições financeiras. Ele ainda mandou um recado para os administradores públicos: não devem esquecer da outra crise, resultado da disparada nos preços mundiais dos alimentos e do petróleo.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, viajam hoje à noite para Washington, onde participam de reunião do FMI e do Banco Mundial. No sábado, eles discutem soluções para a crise do sistema financeiro mundial em reunião do G-20 financeiro, grupo formado pelos ministros de finanças e presidentes dos bancos centrais das 20 maiores economias avançadas e emergentes do mundo. O encontro foi convocado por Mantega, atual presidente do grupo.

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