O diretor do Departamento de Administração Socioeducativo (Dease), Roberto Lajus, afirma que o excesso de agentes na guarita do Plantão de Atendimento Inicial (PAI), no Bairro Agronômica, em Florianópolis, acontecia para evitar contato dos servidores que respondem processo com adolescentes.

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Confira os principais trechos da entrevista feita na tarde desta quinta-feira por telefone:

Diário Catarinense – Por que nova mudança na gerência do Plantão?

Roberto Lajus – Por conta de que temos planos para o antigo gerente de ajudar a administrar outra unidade socioeducativa. Como ele já tem experiência como interventor – sempre que dá algum problema em alguma unidade ele que coordena e se responsabiliza – a gente está precisando dele para assumir outro desafio. Então ele vai tocar uma unidade do Estado por algum tempo. Existe uma ONG que hoje toca e por questões judiciais ainda não posso divulgar qual é.

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DC – Há relatos de que havia problemas no comando e liderança?

Lajus – Temos que valorizar o servidor público, o agente socioeducativo que está lá na ponta trabalhando conosco e cuidando de adolescentes. Toda informação truncada ou denúncia que chegar aqui vamos conferir in-loco, adotando procedimentos de investigação, além da corregedoria, o Ministério Público também. É complicado, chega numa unidade, o adolescente acusa o agente de maus tratos, nunca se tem materialidade suficiente para se penalizar esse agente socioeducativo, ele por sua vez muitas vezes é afastado por conta de denúncias que ficam só em questão de boca.

DC – O que nos colocaram é que havia problemas no gerenciamento da unidade como 20 agentes lotados na guarita…

Lajus – Hoje temos um número de agentes que poderiam estar tocando um São Lucas lá. São problemas administrativos. Tem agente na portaria que tem algum processo judicial correndo, seja na corregedoria da SJC (Secretaria da Justiça e Cidadania) ou na Justiça, algum impedimento para tratar com adolescente lá na chave (dentro do espaço em que ficam internados).

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DC – Quem assume a gerência?

Lajus – Heronildo Manoel Andrade. Ele ficava responsável por toda questão que envolve material e abastecimento. Estamos depositando todas as fichas para que seja um bom gerente e consiga dar conta de tudo. Ele tem mais de 30 anos de atividades no sistema.