O diretor do presídio de regime semiaberto do Distrito Federal em que cumprem pena quatro condenados do mensalão – inclusive o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares – pediu demissão do cargo nesta quarta-feira.
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Afonso Emilio Alvares Dourado avisou que deixará o comando do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) um dia após o Ministério Público pedir que o governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), tome medidas para acabar com privilégios concedidos a presos do mensalão em Brasília. Oficialmente, porém, a justificativa é de que foi uma decisão pessoal.
Além de Dourado, deixou o CPP nos últimos dias o vice-diretor do presídio, Emerson Antonio Bernardes, que teria sido exonerado após coibir regalias de Delúbio. Em inspeção na semana passada, a Vara de Execuções Penais do DF apontou que Delúbio teria até cardápio exclusivo, como feijoada aos sábados. O advogado do petista, Arnaldo Malheiros, nega qualquer regalia:
– Essa história da feijoada é uma fantasia. De fato, os companheiros de cela dele compraram na cantina uma costela de porco em lata, misturaram com a xepa e chamaram de feijoada.
Na quarta-feira, o presidente Sindicato dos Policiais Civis do DF, Ciro de Freitas, disse que o gerente do CPP, Antonio Carlos Moreira da Silva, “está interferindo na gestão” e que Dourado e Bernardes, ao deixarem os cargos, reclamaram da presença dele no presídio.
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Além de Delúbio, três réus do mensalão estão no CPP: o ex-tesoureiro do PL (atual PR) Jacinto Lamas, e os ex-deputados Bispo Rodrigues (PR-RJ) e Valdemar Costa Neto (PR-SP).