Peter Breurer não é Deus, mas há alguns dias pode ser considerado um realizador de sonhos. Se para você a frase anterior não faz sentido, converse com um dos 15 alunos da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil selecionados por ele, diretor da Salzburg Ballet, para um intercâmbio de três meses na Áustria.
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Em quatro meses, os estudantes – 12 meninas e três meninos – viajam para a Europa com todas as despesas pagas e cachê, além de integrar o corpo de baile da companhia de Peter para a montagem do espetáculo Lago dos Cisnes. Nada mal para os jovens entre 16 e 19 que estão em busca da profissionalização.
Esta é a terceira vez que Peter visita a escola, mas é a primeira que realiza o intercâmbio. Ele está na cidade desde a última semana de setembro e já iniciou os ensaios com os intercambistas.
Para a escolha dos bailarinos, foram realizadas audições e selecionados 20 alunos _ destes, apenas 15 viajam para a Áustria. O critério utilizado para a seleção foi simples: a técnica e os movimentos. O objetivo: montar uma peça tradicional e clássica e ao mesmo tempo que exigem movimentos de animais, soltos.
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Animado, o diretor esbanja sorriso entre os alunos. Mas, afinal, o que os futuros bailarinos brasileiros têm de tão diferente que despertaram a atenção de Breurer?
– São bonitos e diferentes. E a disciplina do balé russo misturada com esse jeito brasileiro é muito linda – responde, sorrindo.
A ideia dele é fazer uma experiência. Unir os alunos brasileiros com os bailarinos da companhia para um espetáculo, o que, segundo Peter, é a parte mais difícil, mas que ele espera que dê certo. Lá, os ensaios prometem ser rígidos, com treinos de sete a oito horas diárias.
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Aos 17 anos, Jessica Najmanovich ainda não acredita que foi uma das meninas selecionadas. Com inglês fluente, ela já está preparada com a mudança de idioma e cultura, mas não esconde as expectativas. Nascida em Buenos Aires, Argentina, a estudante veio aos 13 para Joinville, para ingressar na ETBB.
– É uma oportunidade incrível, vamos aprender a dançar um outro método, ter experiência em outra companhia e muita contribuição cultural – aponta.
Diferente de Jessica, Lucas de Oliveira, de Joinville, selecionado para a lista reserva, é puro nervosismo e alegria. Sem dominar os idiomas inglês e alemão, encara o intercâmbio como um desafio e uma oportunidade para o futuro.
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