O diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, afirmou nesta quarta-feira, em depoimento à CPI mista da estatal, que “nunca ouviu falar” de um esquema de desvio de recursos da companhia petrolífera para atender a interesses de partidos políticos.
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Ele também disse desconhecer, nos 38 anos como funcionário da Petrobras, a existência de um esquema de pagamento de propina sobre contratos de um cartel de empreiteiras.
Cosenza contou que conheceu Paulo Roberto Costa somente no momento em que foi convidado para ocupar a Gerência de Refino da estatal, em 2008. Costa, a quem sucedeu na Diretoria de Abastecimento em 2012, participou de um acordo de delação premiada no qual confessou ter feito parte de um esquema de desvio de recursos e pagamento de propina a políticos.
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O diretor afirmou que jamais teve conhecimento de irregularidades na estatal nem acerto entre as empreiteiras para fraudar contratos na estatal, conforme admitiu Costa.
– Nós temos várias comissões internas de averiguação, além disso, a Petrobras está muito próxima dos órgãos públicos, então não existe uma conclusão até o momento – afirmou.
Questionado pelo relator da CPI, deputado Rubens Bueno (PPS-PR), se sabia de “conluio” em contratos da Petrobras, Cosenza respondeu:
– É o objetivo dessas comissões internas (de investigação da Petrobras), se tiver ocorrido, chegar a essas conclusões.
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O diretor também comentou a troca de mensagens entre o doleiro Alberto Youssef e o deputado Luiz Argôlo (SD-BA), em que ambos faziam menção a Cosenza. Segundo os áudios, os dois planejavam um encontro entre o atual diretor e Youssef.
Cosenza ainda ressaltou durante o depoimento que não conhecia nenhum dos dois (Youssef e Argôlo).
– Nunca estive nem com um nem com outro, não os conheço pessoalmente – afirmou.
Cabe salientar que a PF não imputa “atos ilícitos” a o atual diretor de Abastecimento da Petrobras, embora o nome dele conste do relatório da polícia feito para a operação.