– Tenho a arte comigo desde que me conheço como gente – entoou Roberto Murphy, 48 anos de nascimento do ventre da mãe e 25 de nascimento para o mundo da arte.

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As ocupações diárias confirmam a paixão pela arte: professor universitário de teatro na Furb; professor e coordenador do Espaço Plural; cenotécnico, diretor e produtor teatral do Grupo Teatral Elementos em Cena; assessor de outros grupos. Blumenauense, é graduado em Artes Cênicas pela Furb e Mestre em Teatro pela Udesc e comemora neste mês os 25 anos de envolvimento profissional com a arte.

Foi o olhar pela janela de vidro da empresa têxtil em que trabalhava em 1987 que o despertou a seguir a vida artística que já pulsava desde criança, quando já desenhava e escrevia textos e poesias. Trabalhava na área de desenvolvimento de produtos da Sulfabril e, do escritório, refletiu sobre os trabalhadores da produção. Queria levar a cor e vibração da arte para eles.

Na época, falou ao chefe que deixaria a empresa para lecionar aulas de teatro, mesmo sem saber exatamente onde atuar. E foi o que fez. Meses depois, em março de 1988, começou oficialmente a traçar os caminhos da arte. O primeiro palco da trajetória foi o Sesi.

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A experiência industrial e o olhar pela janela da empresa o impulsionou a querer oportunizar a arte aos trabalhadores. E, assim, as aulas de teatro no Sesi trouxeram grupos de operários e familiares. Depois de dois anos como professor no Sesi, assumiu o cargo de assistente artístico cultural. Surgiu então a Semana de Arte na Indústria, em 1990.

Em 1993, o palco mudou. Murphy assumiu a chefia de Divisão de Artes Cênicas da Fundação Cultural de Blumenau. Mais tarde, em 1995, abriu uma produtora, com atuação durante três anos.

O respiro da arte em todos os cantos

Então, em 1998, surgiu o Espaço Plural, na Rua Paraíba. A ideia foi movida por Murphy e surgiu por uma necessidade de um lugar para abrigar as atividades do Grupo Teatral Elementos em Cena, que acompanha a caminhada do diretor desde 1989 com cerca de dois espetáculos montados por ano.

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Não demorou para que fosse evidente que era preciso abrigar outras vertentes artísticas (música, artes visuais, cinema, capoeira…). E a pluralidade se tornou evidente. Em 2007, o Espaço Plural funcionou à Rua Londrina e desde 2010 está na Rua Marechal Deodoro, 46, no Bairro Velha. Hoje, cerca de 150 pessoas frequentam o local permanentemente.

– A arte é o caminho para solucionar tudo. Ela te faz uma pessoa autônoma, improvisadora, transformadora. Nunca te deixa na zona de conforto – evidencia o diretor que já trabalhou as diretrizes do teatro com presidiários, grupos de alunos especiais e industriários. – A arte me ensinou que a vida é muito mais. O difícil é ter tempo para tantas coisas. Tudo ao meu redor tem a perspectiva da arte. E isso não tem mais volta. Nada me ensinou tanto quanto fazer arte – continua com um leve suspiro de encanto.

>>> Veja uma linha do tempo com os palcos de Murphy e leia depoimentos de quem convive com o diretor no caderno Lazer na edição do Santa desta quarta-feira <<<

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