Em discurso na cerimônia de diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou que o “diploma é de uma parcela significativa do povo que reconquistou o direito de viver em democracia neste país”.
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Lula não segurou a emoção e, logo no início da sua fala, relembrou, em meio a lágrimas, dos dias que passou na prisão e agradeceu ao apoio que recebeu durante os mais de 500 dias que passou na carceragem da Polícia Federal em Curitiba:
— Quem passou pelo que eu passei nos últimos anos e está aqui agora é a certeza de que Deus existe.
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O discurso foi de defesa da democracia e do processo eleitoral. Lula citou as dificuldades da campanha, principalmente com as fake news, e reconheceu o trabalho do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que preservou o sistema eleitoral brasileiro e protegeu as urnas eletrônicas, tão atacadas nos últimos anos.
— A democracia venceu — resumiu o futuro presidente.
Destacou que o Brasil não é o único país a sofrer investidas antidemocráticas, e que “a máquina de ataque à democracia não tem pátria, nem fronteira”.
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— Na América Latina, na Europa e nos Estados Unidos, os inimigos da democracia se organizam e se movimentam. Usam e abusam de manipulação de de informações — disse, complementando:
— Jamais renunciaremos a defesa intransigente da liberdade de expressão, mas defenderemos até o fim o livre acesso à informação de qualidade sem mentiras e sem manipulações, que levam ao ódio e à violência política. Nossa missão é defender a democracia, no Brasil e nas relações bilaterais.
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A cerimônia de diplomação encerra as eleições e representa vitória do sistema eleitoral brasileiro em meio a ataques antidemocráticos. Apesar de simbólica, a diplomação reduz margem para que o presidente Jair Bolsonaro e seus eleitores contestem o resultado do pleito de outubro.
Confira a íntegra do discurso de Lula na cerimônia de diplomação
Confira como foi a cerimônia de diplomação
Lula foi eleito em disputa apertada
Lula foi eleito com 50,90% dos votos válidos (60.343.142) no segundo turno das eleições de 2022. O atual presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou com 49,10% dos votos (58.205.255).
O petista já havia chefiado a República do início de 2003 ao final de 2010, ao emendar dois mandatos ao lado do já falecido empresário José Alencar, com quem compôs chapa à época.
Nos 12 anos em que ficou distante da Presidência, Lula conseguiu eleger por duas vezes ao cargo sua correligionária Dilma Roussef (PT), testemunhou ela sofrer um impeachment e foi preso ao ser alcançado pela Operação Lava-Jato.
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