Se hoje em dia a luta pelos direitos das mulheres se torna cada vez mais crescente e imprescindível à sociedade, Lúcia Stefanovich já era pioneira décadas atrás. A sua trajetória no meio policial catarinense representa uma história de desbravamento, conquistas e também curiosas histórias.

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Contam colegas policiais que deu dois tiros para o alto com um revólver 38 em meio a uma pancadaria generalizada entre jogadores do Juventus de Rio do Sul e Figueirense. Era um recado para que o árbitro colocasse ordem em campo ou ela mesmo o faria ao seu modo.

Isso foi em 1973 em Rio do Sul, um ano depois de ter assumido como delegada regional no Alto Vale. Relatam policiais da época que nos primeiros dias em seu gabinete a população formava fila na frente da delegacia para olhar a novidade da nova xerife da cidade – e não o xerife como os moradores tinham imaginado. Outro fato marcante é que costumava ordenar a policiais que buscassem onde fosse por bandidos e depois ela mesmo cuidaria do mandado de prisão com o juiz.

Pioneira em tudo, primeira mulher delegada do Brasil, chefe de polícia e secretária de Segurança no governo Paulo Afonso, na década de 1990, o falecimento de Lúcia nesta terça-feira enlutou a Polícia Civil. Atualmente, estava na 5ª DP, na Trindade, região em que lutava por melhorias na segurança.

Símbolo da velha guarda da verdadeira tiragem, corajosa e líder, Lúcia foi responsável pela inauguração de boa parte das delegacias no interior. As viaturas Ipanema, historicamente conhecidas no Estado como símbolo da polícia, foram compradas em sua gestão. Uma pena não ter sido homenageada em uma solenidade específica pela Segurança do Estado ainda em vida. Na inauguração do complexo da segurança, em agosto, em Florianópolis, familiares a representaram, pois já estava hospitalizada.

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Assista novamente ao vídeo gravado em 2016 com a delegada:

Aos 68 anos, primeira delegada e Secretária de Segurança Pública do Brasil, não pretende se aposentar

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