O assassinato do policial militar Joacir Roberto Vieira, 43 anos, em Joinville, na noite de segunda-feira, com características de execução e um incêndio a veículos apreendidos no pátio da delegacia de polícia de Tijucas provocaram uma onda de apreensão entre servidores da segurança pública de Santa Catarina.
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As autoridades estão cautelosas para apontar ordem do crime organizado ou ligação entre os casos. Nos bastidores, policiais não deixam de associar outros dois recentes assassinatos contra servidores que pioram o quadro: o do policial militar da reserva Celso Olivério da Costa em um assalto a uma padaria em Florianópolis e o do agente penitenciário Elton Davi de Oliveira Máximo, em Joinville.
Todos os crimes foram em agosto no intervalo de três semanas, o que intriga policiais civis e militares e agentes do sistema carcerário. Em Joinville, o comando regional da Polícia Militar disparou um alerta na noite de segunda-feira pedindo o máximo de alerta aos policiais em cuidados pessoais.
Essa medida já havia sido tomada pela Diretoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública após a morte do agente penitenciário e uma tentativa de homicídio contra outro agente, dias depois, em Joinville.
Ainda nos bastidores, investigadores experientes ouvidos pela reportagem não descartam retaliações da facção estadual contra suposto abuso contra presos – recentemente um vídeo foi divulgado em que mostra cenas de intervenção no presídio de Blumenau. Há outro fator preocupante: o aniversário este mês de fundação de uma facção de São Paulo que age em Santa Catarina, que costuma organizar ataques para marcar a data.
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— O clima é de apreensão e os policiais devem redobrar a atenção. Há um receio também de que essas situações provoquem riscos em abordagens ou outras ocorrências porque o policial se sente alvo — diz o cabo da PM catarinense Elisandro Lotin, presidente da Associação Nacional dos Praças e integrante da Associação dos Praças de SC.
Além das ações de inteligência pelo Estado, Lotin vê a necessidade da ampliação das condições de trabalho dos policiais, por exemplo, nas condições de combustíveis das viaturas, coletes e armamentos.