Os relatos de moradores de Fraiburgo, no Meio-Oeste, na madrugada desta quinta-feira, com famílias acordadas a tiros e apavoradas diante de bandidos fortemente armados nas ruas para assaltar um caixa eletrônico, refletem a banalidade que se tornou os ataques a bancos por quadrilhas no interior de Santa Catarina. Essa ação, com criminosos sitiando os pequenos municípios, disparando tiros para amedrontar enquanto comparsas explodem os caixas eletrônicos em busca de dinheiro, se tornou corriqueira em boa parte das regiões interioranas do país.

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Com poucos policiais e estrutura tímida de equipamentos de segurança, resta aos agentes esperar o ataque e depois mobilizar reforço na região para se pensar em alguma investida de reação. Nos casos extremos, eles precisam se refugiar para garantir a própria vida, pois assaltantes costumam metralhar bases da PM durante os roubos.

O que chama a atenção é que esse assalto em Fraiburgo aconteceu menos de 24 horas depois de a polícia montar a Operação Novo Cangaço na Serra catarinense e prender sete pessoas suspeitas de envolvimento nesse tipo de crime. São vários bandos, dezenas de envolvidos. Uma modalidade criminosa considerada “praga’ do momento, assim como as facções criminosas.Antes de Fraiburgo, também em março, Monte Castelo, no Planalto Norte, havia sido atacada, com a agência do Banco do Brasil indo pelos ares. Houve relatos de violência com tiros de fuzis sendo ouvidos pela população.

A Deic, em Florianópolis, unidade especializada da Polícia Civil em investigações complexas, teve nos anos 1990 uma divisão especializada a apurar roubos a bancos. Hoje, ainda tem e concentra apurações de grandes roubos e sequestros. A mesma equipe por sinal que em fevereiro enfrentou bandidos em São João Batista, onde três criminosos morreram e o delegado Anselmo Cruz acabou ferido. Anselmo ainda se recupera em casa de procedimentos médicos.Como parar esse tipo de crime? A resposta está longe de ser conhecida no Estado. Novas estratégias de policiamento preventivo, redistribuição de policiais, fortalecimento de disque-denúncia, intensificação de investigações conjuntas e até cobrança por mais dispositivos de segurança e inteligência aos bancos figuram como pontos prováveis. Até lá, entre moradores do que já foi considerado o pacato interior catarinense, a indagação é ‘qual cidade será a próxima?”

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Por que é importante conter esse tipo de ataque?

Apurar a fundo, identificar e prender os integrantes desses bandos é fundamental no papel contra o avanço da criminalidade.

Afinal, essas quadrilhas causam terror psicológico aos moradores, financiam diversos outros crimes como tráfico de drogas e armas e com o poder paralelo ameaçam a legalidade e soberania das forças estaduais legitimamente constituídas.

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Homens explodem caixa eletrônico em Fraiburgo, no Meio-Oeste de SC