Deflagrada na madrugada desta quinta-feira em sete cidades de Santa Catarina, a operação da Deic é dada como a maior ofensiva contra uma das facções criminosas que busca se instalar em Santa Catarina, oriunda do estado de São Paulo. A iniciativa vem em momento importante em que se cobra resposta policial para sufocar a guerra entre grupos rivais que provoca onda de assassinatos na Capital catarinense. Já são 75 mortes violentas em 2017.

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Entre os alvos estão lideranças e integrantes do crime organizado em Florianópolis, Joinville, Balneário Camboriú, Itajaí, Laguna, São José e Araquari. Na farta apuração, a polícia chegou a monitorar mais de 170 integrantes nas cadeias e 53 nas ruas. Também há ordens de prisão em outros estados que serão cumpridas.

Roubos, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e homicídios estão entre os crimes apurados, do litoral ao Oeste, como em Chapecó. Na Capital, um dos presos seria o líder do crime na comunidade do Papaquara, no Norte da Ilha, onde uma turista gaúcha foi morta no começo do ano.

A ação é conduzida por policiais especializados nesse tipo de delito, da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da Deic, que identificam e investigam pessoas que se associam dentro e fora dos presídios. Houve apoio também de agentes da Divisão de Narcóticos (Denarc).

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A Deic é considerada a elite da Polícia Civil e nos últimos dias recebia a carga de pressão até mesmo de colegas policiais civis para desencadear um trabalho de repercussão. O objetivo é estancar a rede de conexões do crime em várias regiões pelo Estado e também trazer de volta a sensação de segurança.

Chama a atenção a quantidade de ordens de prisão expedidas pela Justiça — 112, sem dúvida um número recorde em uma só tacada. Boa parte dos alvos já está dentro das cadeias e agora recebe um novo mandado de prisão contra si. Outra parcela vinha atuando nas ruas, seja como disciplina da facção ou mesmo como liderança.

Até hoje, a principal investida contra uma facção no Estado ocorreu entre 2012 e 2013. Na época, o Estado foi alvo de ondas de atentados a ônibus e a unidades policiais. A violência só cessou quando os líderes foram transferidos para presídios federais. Em 2014, a Justiça condenou 80 pessoas denunciadas, cujas penas alcançaram um total de 1.049 anos.

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