Escritórios do crime, cabeças paradas tramando delitos, familiares levando e trazendo informações. Tudo isso sob grades, no cárcere, onde se imagina que estejam trancafiados aos olhos do Estado.

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Diante das duas últimas importantes operações da Polícia Civil ficou mais uma vez evidente o mundo criminoso existente nos presídios catarinenses. Afinal, 43 alvos que tiveram a prisão decretada pela Justiça já estavam, em tese, reclusos.

Nada que não se possa imaginar diante da ausência de bloqueadores de sinal de telefones celulares, o que se transforma num canhão para a facção das cadeias. Mas esse não é o único problema. Há superlotação, denúncias de más condições, violência entre os detentos, divisões de facções, o grave drama da reincidência que dificulta a ressocialização e agentes penitenciários em número aquém ao ideal ameaçados dentro e fora das prisões.

Enquanto parece distante a fórmula para romper o elo das quadrilhas que comandam delitos mesmo com seus integrantes presos, há informações que o crime organizado sofreu reformulação. Pasmem: surgiram novos líderes para o comando da facção dentro do cárcere, segundo fontes policiais. Essas lideranças seguiram os passos dos antigos chefes, a maioria ainda em presídios federais — pelo menos 28 deles estão fora no rigor máximo existente no país — e resolveram atacar a segurança ao se sentirem ameaçados.

Com todos esses impasses, o sistema prisional ainda é obrigado diariamente a absorver novos detentos, pois o crime também não para nas ruas. Resultado: novas ações policiais e incremento significativo na massa carcerária. Sem políticas públicas e principalmente educação, prender significará apenas adiar por um tempo a criminalidade nossa do dia a dia.

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