O prefeito da pequena cidade de Bela Vista do Toldo, no Planalto Norte de SC, Adelmo Alberti (PSL), segue preso desde a última terça-feira (6) por duas acusações que pesam contra ele na Justiça em dois processos distintos. As denúncias envolvem a receptação de um veículo roubado e um suposto esquema de corrupção na prefeitura.
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Alberti foi preso preventivamente em uma nova fase da operação Et Pater Filium, liderada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Canoinhas. A operação investiga suspeitos de integrarem uma organização criminosa voltada à prática de crimes contra a administração pública, como corrupção, fraudes em licitações e peculato (desvio de valores ou bens públicos).
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O processo corre em segredo de justiça, mas trechos da denúncia do Ministério Público contra Alberti, divulgados pelo portal JMais, mostram que o prefeito teria supostamento utilizado empresas em nomes de laranjas em contratos públicos. Em uma negociação gravada, o MP aponta que Alberti teria recebido dinheiro de propina e guardado o envelope na cueca.
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Há um pedido de quebra de sigilo do processo em tramitação, mas até o momento os detalhes da acusação continuam em segredo. Ao AN, o advogado de Alberti, Paulo Henrique Glinski, afirmou que a defesa está se inteirando de toda a documentação e irá se manifestar nos autos. Quando houver a quebra de sigilo, uma nota pública da defesa do prefeito deve ser divulgada.
Veículo roubado na garagem
Paralelamente com o caso que tramita em segredo, Adelmo Alberti (PSL) responde também por outro crime, em um processo que tramita na Justiça comum por não envolver o cargo dele como prefeito de Bela Vista do Toldo. Enquanto a polícia cumpria mandados na casa dele na semana passada, foi encontrada na garagem uma camionete com registro de roubo no interior do Paraná. A identificação foi feita pelo chassi, visto que as placas que estavam no veículo eram de outro automóvel, emplacado em Goiás.
Por isso, o prefeito acabou também indiciado pelo crime de receptação dolosa. Neste caso, foi estabelecida uma fiança de R$ 11 mil para que ele responda em liberdade, cumprindo uma série de requisitos.
Segundo o advogado de Alberti, como o pagamento da fiança não representaria a liberdade do prefeito – visto que ele seguiria preso por conta do outro processo, de corrupção -, o valor não foi pago até o momento. A defesa fez também uma petição ao juiz para suspender a fiança, pois Alberti teve também as contas bloqueadas e não teria como arcar com os custos.
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Glinski disse que, em depoimento na delegacia, o prefeito relatou que o veículo havia sido emprestado por um amigo e ele não tinha conhecimento da origem ilícita da camionete.
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Cassação
Com todas as pendências na Justiça, o prefeito de Bela Vista do Toldo corre também o risco de perder o cargo. Tramita o âmbito eleitoral um pedido de cassação da chapa vencedora da eleição por uma acusação de suposta compra de votos. Uma audiência sobre o caso foi realizada nesta segunda-feira (12), com o início dos depoimentos.
Enquanto Alberti está preso, a cadeira do Executivo municipal está sendo ocupada pelo vice, Alfredo Cezar Dreher, empossado na quinta-feira (8).
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