A Dinamarca reconheceu, nesta sexta-feira, que havia autorizado, em 2013, a aterrissagem em Copenhague de um avião americano para levar do país Edward Snowden, o ex-consultor da Agência de Segurança Nacional americana (NSA) que revelou, naquele ano, um sistema de vigilância maciça em âmbito mundial.
Continua depois da publicidade
Ao ser interrogado a respeito, na quarta-feira, o ministro da Justiça, Søren Pind, afirmou que a capital da Dinamarca havia autorizado a um aparato americano aterrissar em seu aeroporto, sem explicar o motivo.
“Supostamente, o objetivo da presença deste avião no aeroporto de Copenhague era fomentar a possibilidade de translado de Edward Snowden para os Estados Unidos, caso fosse extraditado da Rússia ou de outro país”, escreveu Pind em uma carta enviada aos deputados para completar sua resposta inicial.
O ministro detalhou que não previa divulgar esta informação. Contudo, optou por fazê-lo depois das fortes reações provocadas por sua resposta na quarta-feira.
Snowden anunciou em um tuíte que o que foi publicado nesta carta “parece confirmar que a Dinamarca teria a intenção de violar o princípio de não expulsão” quando lhe pediu asilo.
Continua depois da publicidade
Este princípio proíbe a expulsão de um refugiado para “um território onde sua vida e sua liberdade podem estar ameaçadas”.
Acusado de espionagem nos Estados Unidos, onde poderia ser condenado a 30 anos de prisão, o analista de sistemas de 32 anos está refugiado na Rússia, onde lhe foi permitido o asilo desde 2013.
As revelações de Snowden mostraram que a NSA também utilizou os gigantes da internet americanos, como Apple, Google e Facebook, para recopilar dados de seus usuários.
A amplitude da vigilância das comunicações por parte da NSA alcançou, inclusive, o celular da chanceler alemã, Angela Merkel.
Continua depois da publicidade
* AFP