A Dinamarca instaurou nesta segunda-feira controles em suas fronteiras com a Alemanha para impedir a entrada de migrantes sem documentos. A informação foi confirmada pelo primeiro-ministro, Lars Løkke Rasmussen.

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Além da Dinamarca, a Suécia também passará a exigir a partir desta segunda-feira um documento de identidade para cruzar, de trem ou carro, a ponte de Öresund – principal porta de entrada de refugiados ao país – para tentar frear o fluxo de migrantes que chegam diariamente à sua fronteira.

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Após as decisões, o governo da Alemanha expressou preocupação relacionada ao espaço Schengen de livre circulação dentro da União Europeia.

– A livre circulação é um bem precioso. O espaço Schengen é muito importante e está em perigo – declarou o porta-voz do ministro das Relações Exteriores Frank-Walter Steinmeier, Martin Schäfer.

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– O fato de que outros países nórdicos fechem suas fronteiras pode ter grandes consequências para a Dinamarca. Isso pode provocar mais pedidos de asilo – declarou, por sua vez, o premier Rasmussen, que lidera um governo liberal disposto a limitar as chegadas de migrantes ao país.

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Desde a meia-noite, na estação dinamarquesa de Kastrup, no aeroporto de Copenhague, de onde saem os trens para a Suécia, foram estabelecidos registros sistemáticos.

Com a medida, todos os viajantes a caminho da Suécia deverão apresentar um documento de identidade (passaporte, carteira nacional de identidade ou carteira de motorista), o que diz respeito também aos passageiros de trem que atravessam o Estreito de Öresund, informou o ministro sueco de Imigração, Morgan Johansson.

A Suécia restabeleceu em 12 de novembro os controles em suas fronteiras, de forma aleatória, em alguns pontos. No entanto, os dispositivos, somados ao endurecimento das condições de estada no país, tiveram um efeito imediato, diminuindo fortemente o número de chegadas desde meados de novembro.

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Na Suécia, há mais de 20% de residentes de origem estrangeira. Com 9,8 milhões de habitantes, o país escandinavo acolheu mais de 160 mil refugiados no último ano e espera outros 170 mil em 2016.

Os controles de identidade sistemáticos, no entanto, terão forte impacto nas comunicações entre a Suécia e a Dinamarca, em particular para as 8,6 mil pessoas que usam diariamente a ligação entre Copenhague e Malmö. Também incidirão no tráfego ferroviário, com menos trens, e são esperados atrasos de 10 a 50 minutos em relação aos horários habituais.

As medidas também desagradaram a Dinamarca, que recebe apenas 18 mil pedidos de asilo por ano e teme que os migrantes rejeitados pela Suécia fiquem em seu território.

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