O empresário Dilmo Berger negou que tenha recebido dinheiro não-declarado para a campanha eleitoral do irmão, o deputado federal Djalma Berger (PSB). Ele depôs à CPI da Moeda Verde, na Câmara de Florianópolis, na tarde desta terça-feira.

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Os vereadores decidiram, também, prorrogar a CPI por mais 60 dias. Com isso, o prazo final para entrega do relatório passa a ser o dia 4 de abril. Para esta quarta-feira estão previstos os depoimentos de Odilon Furtado Filho, Renato Joceli de Souza, Sérgio Almeida e Paulo Cordeiro.

As suspeitas sobre Dilmo Berger foram levantadas pela Polícia Federal (PF) com base na interceptação de uma ligação telefônica gravada com autorização da Justiça no ano passado. Na conversa, o então vereador Juarez Silveira, que foi cassado, diz que Dilmo teria recebido R$ 500 mil do empresário Fernando Marcondes de Mattos, dono de um resort no Norte da Ilha.

O dinheiro teria sido recebido em função da elaboração de uma lei que concedia desconto retroativo em impostos municipais para a rede hoteleira por parte da prefeitura. A gravação levou a PF a indiciar no inquérito da Operação Moeda Verde outro irmão de Dilmo, o prefeito da Capital, Dário Berger (PMDB).

– Não busquei nenhum valor em lugar nenhum – garantiu o empresário

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Juarez Silveira no plenário

A sabatina durou uma hora e meia e foi acompanhada por Juarez Silveira, que assistiu aos questionamentos sentado na galeria do plenarinho da Câmara. O ex-vereador explicou que vem acompanhando todos os depoimentos que “podem ser importantes” para a sua defesa, já que também foi indiciado.

Dilmo procurou não criticar diretamente Juarez, mas em várias oportunidades destacou que as afirmações do ex-vereador gravadas pela PF não têm fundamento. O vereador não desmentiu nem confirmou suas afirmações gravadas pela PF.

Não à quebra de sigilo telefônico

Durante o depoimento, os vereadores Acácio Garibaldi Filho (PP) e Jaime Tonello (DEM), da base de oposição ao prefeito Dário, perguntaram ao empresário se ele teria problema em abrir seu sigilo telefônico entre os dias 20 e 30 de setembro do ano passado, período em que teria ocorrido o suposto pagamento.

Dilmo respondeu que não autorizaria o acesso aos dados sigilosos porque não via razão para tal. O empresário foi pressionado por oposicionistas e poupado por aliados de Dário. O vereador Alceu Nieckarz (PRB) chamou Dilmo de “trabalhador honesto, que não tem que ser acusado de nada”.

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