Pressionada pelos protestos populares, Dilma anunciou que criará um observatório nas redes sociais para dialogar e compreender a mensagem das ruas

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OPalácio do Planalto teve mais um dia voltado à tentativa de atender demandas apresentadas nas manifestações que se espalharam pelo Brasil nas últimas semanas, dando sequência a uma série de encontros agendados pela presidente com integrantes de movimentos sociais. Ontem, Dilma Rousseff (PT) se reuniu com representantes de mais de 20 organizações relacionadas à juventude e à comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais).

Na primeira agenda do dia, Dilma recebeu representantes de entidades estudantis, sindicais e demais movimentos relacionados aos jovens. Entre os temas discutidos, além das solicitações usuais desses setores, estava a questão da gratuidade e da diminuição das tarifas de transporte público. Diante das diversas reivindicações apresentadas nos protestos populares, o governo decidiu criar um “canal de diálogo” nas redes sociais para ouvir a juventude.

– Precisamos ampliar e qualificar os espaços de participação e ouvir a opinião da juventude, e para isso estamos propondo a criação do observatório participativo, que será lançado em duas semanas, para que a gente possa ter um canal de diálogo permanente com os jovens, através das redes sociais, para consultas públicas e aprofundar o conteúdo acerca dos temas de juventude – disse a secretária nacional de Juventude, Severine Macedo.

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As redes sociais têm sido usadas como um dos principais ambientes de mobilização e convocação de protestos. Segundo Severine, poderão ser discutidas no “observatório participativo” questões como o enfrentamento da violência nas periferias, educação e demandas dos jovens que vivem no campo.

– Nosso entendimento é de que as políticas sociais e universais são as que mais têm feito que a juventude hoje avance, mas suas especificidades precisam ser mais asseguradas. Daremos sequência a esse diálogo pelas redes sociais, mas também com momentos presenciais de elaboração, de acompanhamento e de participação – detalhou.

Representantes dos movimentos sociais organizados de jovens apoiaram a proposta de realização de um plebiscito para balizar a reforma política no país. O principal ponto defendido pelas entidades é o financiamento público exclusivo de campanhas.

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– Para nós, é essencial a participação popular na elaboração da reforma e, por isso, estamos elegendo a campanha pelo plebiscito e pela reforma política com participação popular contra o financiamento privado de campanha como a grande prioridade dos movimentos sociais organizados – disse o secretário Nacional de Juventude da Central Única dos Trabalhadores, Alfredo Santos.

Os representantes dos movimentos de juventude também levaram à presidente a demanda pelo aprofundamento da participação política dos jovens. O país tem hoje aproximadamente 51 milhões de pessoas na faixa etária entre 15 e 29 anos. No atual sistema político, essa camada da população tem dificuldade para disputar eleições, eleger-se e ocupar espaços representativos. Os representantes dos movimentos jovens afirmaram na reunião com a presidente Dilma Rousseff que são a favor do plebiscito e da reforma política com participação popular e contrários ao financiamento privado de campanha.

“Precisamos ampliar e qualificar os espaços de participação e ouvir a opinião da juventude, e para isso estamos propondo o observatório participativo, que será lançado em duas semanas.”

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Severine Macedo – Secretária Nacional de Juventude

“Estamos elegendo o plebiscito e a reforma política com participação popular contra o financiamento privado de campanha como a grande prioridade dos movimentos sociais organizados.”

Alfredo Santos – Secretário Nacional de Juventude da CUT

“A presidente nos disse que o Estado tem o dever de defender e impedir a violência contra a comunidade LGBT, e isso é muito importante vindo da mais alta autoridade da República.”

Toni Reis – Secretário de Educação da ABGLBT