A presidente Dilma Rousseff telefonou na tarde desta quarta-feira para a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, diagnosticada com câncer na tireoide, segundo informou ontem à noite o governo argentino. A mandatária brasileira desejou sorte a colega argentina e sorte no enfrentamento da doença.
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De acordo com o Palácio do Planalto, Dilma disse ter certeza de que a presidenta argentina terá a força necessária para superar esse momento difícil. Em 2009, quando era ministra-chefe da Casa Civil, Dilma se tratou contra um câncer linfático. Em 2010, ela anunciou estar curada da doença.
Diagnóstico de câncer
Cristina Kirchner será operada de um câncer de tiroide no próximo dia 4 de janeiro, informou na terça-feira o porta-voz Alfredo Scoccimarro. Ela realizou exames de rotina no dia 22 de dezembro que revelaram um “carcinoma papilar no lóbulo direito da glândula tiroide”.
Scoccimarro acrescentou que a presidente “realizou exames pré-cirúrgicos que indicaram a ausência de compromisso dos gânglios linfáticos e a ausência de metástase”. A cirurgia será realizada no próximo dia 4, no hospital privado Austral, onde Kirchner permanecerá “internada durante 72 horas”.
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O período de “convalescença será de 20 dias”, segundo o porta-voz. O vice-presidente argentino, Amado Boudou, assumirá a direção do país entre os dias 4 e 24 de janeiro, acrescentou Scoccimarro.
A operação será realizada pelo doutor Pedro Saco, chefe do departamento de Cirurgia do Hospital Austral e do Serviço de Cabeça e Colo do Instituto de Oncologia ‘Dr. Angel H. Roffo’, da Universidade de Buenos Aires.
A presidente manterá sua agenda normal nesta quarta-feira, e receberá pela manhã, na Casa Rosada, os governadores das províncias. Mais tarde, no Salão Branco, presidirá a cerimônia de entrega de insígnias aos oficiais superiores do Exército, Marinha e Força Aérea, revelou o porta-voz.
Kirchner, 58 anos, vinha sofrendo de quadros de hipotensão, que a obrigavam a suspender, por breves períodos, as atividades oficiais. A última crise ocorreu no dia 11 de outubro passado, 12 dias antes das eleições presidenciais. Em abril passado, Kirchner ficou 48 horas de repouso pelo mesmo problema, e precisou adiar uma visita oficial ao México.
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Cristina Kirchner reassumiu o poder em 10 de dezembro passado, para mais quatro anos de mandato, após vencer as eleições de 23 de outubro, com 54,11% dos votos. Seu marido e antecessor, Néstor Kirchner, morreu no dia 27 de outubro de 2010, aos 60 anos, vítima de um ataque cardíaco.
Quinto líder latino-americano
O câncer detectado na presidente argentina é o quinto caso envolvendo chefes de Estado da América Latina. No Brasil, a presidente Dilma Rousseff se curou de um linfoma, enquanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz tratamento contra um tumor na laringe.
Na Venezuela, o presidente Hugo Chávez faz quimioterapia contra um câncer que começou com um tumor na região pélvica. O presidente do Paraguai, Fernando Lugo, fez sessões de quimioterapia em São Paulo e também em Assunção para tratar de um linfoma.