A presidente Dilma Rousseff informou nesta sexta-feira que vai pedir ao Superior Tribunal Federal (STF) o acesso aos depoimentos prestados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa na Polícia Federal (PF), em que ele teria apontado o envolvimento de autoridades do governo em um suposto esquema de corrupção na estatal. O pedido, segundo Dilma, será encaminhado ao ministro do STF Teori Zavascki, relator do caso na Corte.

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– Eu quero saber. Não é possível que a revista Veja (que publicou reportagem sobre o assunto) saiba alguma coisa e o governo não saiba quem está envolvido – disse a presidente, que afirmou que não tomará medidas “baseada no disse-me-disse”.

O governo já havia pedido acesso às declarações feitas por Costa à PF e ao Ministério Público Federal (MPF), que negaram a solicitação. O ex-diretor da Petrobras prestou as informações em um acordo de delação premiada. Na negativa, em ofício enviado ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, explicou que o sigilo do depoimento tem de ser mantido até que a Justiça transforme o caso em ação penal.

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– Agora pedirei ao juiz. Quero ser informada se no governo tem alguém envolvido – acrescentou Dilma, que voltou a criticar o vazamento de informações do depoimento de Costa.

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Segundo a presidente, esse tipo de prática compromete as provas, o que pode impedir a condenação e aumentar impunidade.

– O câncer que tem nos processos de corrupção é que a gente investiga, investiga, investiga e continuam impunes. Eu tenho imenso compromisso contra a impunidade, porque o pai, o compadre do crime de corrupção, de lavagem de dinheiro, do crime financeiro, é a impunidade – avaliou.

Dilma voltou a dizer que não fará julgamentos ou tomará medidas em relação às denúncias com base em notícias veiculadas na imprensa.

– Não reconheço na revista Veja, nem em nenhum outro órgão de imprensa, o status que tem a Polícia Federal, o Ministério Público e o Supremo. Não é função da imprensa fazer investigação. Eu não pré-julgo e não comprometo a prova – acrescentou.

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*Agência Brasil