A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse hoje que as notícias segundo as quais irá fazer um ajuste fiscal se for eleita são factóides.
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– Não vou fazer ajuste fiscal em hipótese alguma – disse, em conversa com jornalistas em São Paulo.
– O Brasil não precisa mais de ajuste fiscal – defendeu.
Na avaliação dela, os ajustes promovem cortes “absolutamente lineares que atingem desde salários de funcionários públicos a investimentos.
– O pessoal tem mania de olhar o ajuste fiscal só pelo lado da despesa e esquece que ele também é feito pelo lado da receita – disse.
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De acordo com a petista, foi durante o ajuste fiscal promovido durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que a dívida pública duplicou, apesar da venda de R$ 100 bilhões em patrimônio público.
– É um milagre da gestão financeira muito competente – ironizou.
Ela disse ainda que foi durante o governo FHC que o Brasil assistiu ao maior aumento da carga tributária de sua história.
– Gestão não é isso – criticou, ressaltando que “é função do governo controlar gastos como princípio”.
A ex-ministra admitiu que em momentos de crise pode ser preciso diminuir o ritmo de gastos.
– Agora, instituir uma coisa que eu chamei de necessidade de ajuste fiscal e transformar isso em virtude é de uma cegueira absurda – falou.
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Dilma elogiou a gestão do presidente Lula e disse que a relação dívida líquida sobre o Produto Interno Bruto (PIB) caiu de 60% no início de seu governo para 41%.
– A tendência é que chegue a 30% – disse, citando o aumento da arrecadação e do crescimento econômico e a redução de alguns impostos.
– Não acho nada similar o que foi feito no governo Fernando Henrique e o que foi feito no governo Lula – acrescentou.