O primeiro discurso da presidente Dilma Rousseff depois de ser reeleita, neste domingo, foi marcado por um discurso de conciliação ante uma eleição que dividiu o país.

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Em um hotel em Brasília, a manifestação de Dilma teve início depois das 21h30min e teve clima de festa – a militância interrompeu diversas vezes a fala de Dilma para ovacionar o ex-presidente Lula e a presidente reeleita. Após agradecer ao vice, Michel Temer (PMDB) e saudar o “presidente Lula” e os representantes dos partidos da coligação Com a Força do Povo, Dilma destacou a importância da militância “a alma e a força da vitória” no processo eleitoral.

Dilma iniciou seu pronunciamento falando em reintegração do país e disse não acreditar que as eleições tenham dividido o Brasil ao meio. Em seguida, Dilma assumiu o que considerou seu primeiro compromisso de campanha:

– União não significa necessariamente unidade de ideias. Pressupõe, em primeiro lugar, abertura e disposição para o debate. É este o meu compromisso para o segundo mandato: o diálogo.

A presidente falou ainda sobre as principais pautas discutidas durante as eleições, que “mobilizaram intensamente todas as forças da nação”. Entre elas, foram destacadas o desejo de mudança manifestado pelos brasileiros e a questões como reforma política e combate à corrupção.

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– Toda eleição é uma forma de mudança. Sei que estou sendo escolhida para fazer as grandes mudanças que a sociedade brasileira exige. Entre todas as reformas, a primeira e mais importante deve ser a reforma política – defendeu.

A presidente disse que continuará combatendo a corrupção e prometeu, em seu segundo mandato, “um olhar especial às mulheres, aos negros e aos jovens”. Afônica, a ex-guerrilheira finalizou seu discurso evocando sua trajetória política:

– Brasil, mais uma vez, esta filha tua não fugirá à luta. Viva o Brasil! Viva o povo brasileiro!

O dia da candidata Dilma Rousseff no segundo turno das eleições

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Campanha foi marcada pela morte de Eduardo Campos

Dilma venceu após três meses de uma campanha eleitoral marcada pela maior tragédia envolvendo políticos na história recente do Brasil. Em 13 de agosto, Eduardo Campos deixou a condição de possível futuro presidente da República para se tornar o primeiro candidato ao cargo a morrer durante a disputa. A fatalidade da queda do jato que vitimou o pernambucano e outras seis pessoas abriu espaço para uma improbabilidade: a entrada de Marina na corrida eleitoral, a terceira colocada no pleito de 2010 com quase 20 milhões de votos.

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A ambientalista chegou a quebrar a polarização PT-PSDB que há 20 anos marca a política brasileira e a aparecer à frente de Dilma em pesquisas de intenção de voto para o segundo turno e colada no primeiro – porém, contradições nas suas posições (como o recuo do tema LGBT no seu plano de governo) não sustentaram a candidatura. Aécio retomou o protagonismo na reta final e acabou indo ao segundo turno com a petista. Até os últimos dias de campanha, as pesquisas de intenção de voto mostravam o tucano empatado ou à frente da presidente reeleita.

Ao longo da campanha, Dilma resistiu a ataques da oposição em um cenário povoado pela estagnação econômica do país e por denúncias de corrupção. O escândalo de desvios da Petrobras, porém, não parece ter sido suficiente para abalar a imagem da presidente que se equilibrou sobre os feitos de seu governo e dois oito anos de Lula no poder.