O governo brasileiro não tem planos de auxiliar companhias que já tenham admitido problemas financeiros por causa da alta do dólar. A negativa foi feita pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, em resposta a um questionamento da imprensa sobre se o governo pretendia ajudar empresas como Sadia, Aracruz e Votorantim.
Continua depois da publicidade
– O governo não pretende socializar perda nenhuma e nem foi procurado por nenhuma empresa para isso – disse em entrevista coletiva à imprensa brasileira e internacional, que ocorreu após o 3º Fórum de CEOs Brasil-EUA realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil).
O que o governo tem a oferecer ao setor produtivo, explicou Dilma, são linhas de financiamento. A ministra afirmou que não há dúvidas de que a crise atual tenha um componente exógeno muito grande. Ela ressaltou que o crédito será concedido a empresas que tenham condições de pagar seus financiamentos.
Dilma disse que a crise financeira é resultado de um processo de busca pelo lucro abusivo, somada a uma ganância bastante elevada. E, de acordo com ela, isso gerou um processo de incerteza, que culminou no pânico generalizado. Ao ser questionada sobre se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estaria subestimando o tamanho da crise e os impactos dela no Brasil, ela respondeu:
– Não vemos por que, no Brasil, devamos disseminar o pânico.
Continua depois da publicidade
A ministra disse que o país tem fundamentos robustos, um volume significativo de reservas, inflação dentro da meta e uma política fiscal “inequivocamente robusta”. Ela destacou também que a dívida brasileira não está denominada em dólar, como em 1999 e 2002, o que permite afirmar que as condições de transmissão da crise para a economia real são as menores nos últimos 100 anos. Dilma disse que o governo tem perfeita clareza para avaliar que a crise é séria, precisa ser acompanhada, mas que, ao mesmo tempo, as condições da economia brasileira são sólidas e fortes.
Entenda a crise financeira: