Dois dias depois de conquistar o registro de seu partido, a Rede Sustentabilidade, a ex-ministra Marina Silva afirmou que a presidente Dilma Rousseff “ganhou perdendo” as eleições presidenciais e governa enfrentando o pior tipo de oposição: aquela feita “de dentro”, pelo PMDB.

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– A presidente Dilma já “foi saída” do governo pela base de sustentação. Não aprovam suas propostas, inclusive em seu próprio partido – afirmou a ex-candidata à presidência pelo PSB, em entrevista à Rádio Gaúcha.

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Na visão de Marina, que deixou o PT em 2009, o maior erro da atual administração foi “apostar todas as fichas no PMDB”, que hoje representa o “pior tipo de oposição”, pois é feita dentro do próprio governo.

– E agora, também é feita de fora – acrescentou a política referindo-se à posição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que anunciou publicamente oposição ao governo Dilma.

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A tentativa da petista em retomar o apoio dos peemedebistas durante a reforma ministerial – em que o partido do vice-presidente Michel Temer pressiona para indicar nomes e ganhar até uma sétima pasta – é vista como Marina como uma entrega do poder:

– Quem assume agora é o PMDB. É um presidencialismo de confusão.

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Sobre a organização da Rede, partido que tentava criar há dois anos, a ex-ministra afirmou que é um momento de “legitimar a militância”:

– Estamos felizes porque foi um esforço muito grande em todo país, com um mutirão de mais de um milhão de assinaturas, em todas as 27 unidades da federação. A Rede faz parte de um movimento pela renovação, queremos melhorar a qualidade dos representantes e dos serviços prestados pelas instituições.

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Sobre as filiações do novo partido, Maria afirma que a Rede procura “adesões programáticas”, e não “pragmáticas”, apenas das pessoas que tenham os mesmos ideais de “renovação política” que a sigla propõe.

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– Vamos ter um processo longo de organizaçao de diretórios e um congresso em novembro, para discutir nosso estatuto. Não vamos ter candidaturas artificiais, para inchar o partido. Queremos criar um partido de compromisso com as pessoas e os programas – afirmou.

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Sobre as próximas eleições ao Planalto e uma possível aliança com o PBS, Marina afirmou que não ocupa uma “cadeira cativa como candidata” e preferiu não adiantar negociações.