A presidente Dilma Rousseff defende que, diante da crise econômica global, o papel das cinco maiores economias emergentes do mundo deve ser reforçado. A defesa foi feita na abertura da reunião de chefes de Estado dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Ufá, na Rússia, com o conselho empresarial do grupo. Dilma argumenta que o aumento dos fluxos comerciais e de investimentos entre os países do bloco trará benefícios aos cinco membros e ao mundo.

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– Neste momento de crise internacional, devemos reforçar cada vez mais o papel dos Brics, tão importante para o desenvolvimento global. Para tanto, o comércio e os investimentos serão fundamentais – disse Dilma, no discurso.

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A presidente citou que, juntos, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul já são parte de cerca de 40% dos fluxos do mundo. Diante desse papel a ser exercido, Dilma exaltou a iniciativa de criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), mais conhecido como Banco dos Brics, e instrumentos como o acordo para o contingente de reservas internacionais. As iniciativas estão sendo regulamentadas, e o funcionamento começará em breve.

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Déficit em infraestrutura

O NBD poderá ajudar a reduzir o déficit de infraestrutura nos países em desenvolvimento, afirmou Dilma. A presidente negou, porém, que recursos poderiam ser direcionados a países desenvolvidos.

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Dilma mencionou no discurso que há estudos que citam que países em desenvolvimento poderiam precisar de US$ 1 trilhão por ano para projetos de infraestrutura até 2020.

– Atingir esse valor não será tarefa simples. O investimento estrangeiro global caiu quase 50% nos últimos cinco anos. É nesse cenário que o novo banco de desenvolvimento dos Brics terá papel importante – apontou.

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Sem citar a Grécia, a presidente descartou a hipótese – levantada por alguns veículos de comunicação russos – de que o Banco dos Brics poderia emprestar dinheiro a Atenas. Segundo Dilma, a instituição tratará de “projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável inicialmente em nossos países e posteriormente em outros países em desenvolvimento”.

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